A atuação de administradores de empresas em órgãos públicos

Edson Kubo, Professor do Programa do Programa de Pós-Graduação-Mestrado e Doutorado, Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, SP, Brasil

No artigo “A atuação de administradores de empresas em órgãos públicos: a identificação organizacional diante de uma formação voltada a negócios”, publicado no Cadernos EBAPE (v. 16, n. 2), o processo de identificação de servidores públicos de uma Universidade Federal se mostrou ambivalente e a formação em Administração de Empresas foi um dos fatores que mais contribuiu com esse tipo de identificação. Para a identificação com as organizações os fatores que contribuem são: a estabilidade, a qualidade de vida, as oportunidades de capacitação, a flexibilidade para propor novos fluxos de trabalho e a convivência com pessoas capacitadas. Não obstante, as decisões políticas, a falta de continuidade dos trabalhos, a ausência de procedimentos definidos, o plano de carreira, a falta de planejamento de ações, os problemas de comunicação, a burocracia, a carga de trabalho desigual e o conhecimento de legislações específicas resultam em frustração, no contexto da racionalidade do gerencialismo.

Por meio da observação de documentos oficiais da instituição, analisou-se as entrevistas semiestruturadas com o programa computacional Atlas TI 7.0, e com base em observação participante conduziu-se um estudo de caso em uma instituição brasileira de Ensino Superior do governo federal em 2015, que contou com o apoio oficial de seu reitor e com a aprovação de seu comitê de ética em pesquisa. Foram entrevistados treze servidores públicos formados em Administração de Empresas. Dentre os atores entrevistados, 85% eram do sexo masculino. A idade média dos atores foi de 35 anos e o tempo médio de permanência na instituição foi de cinco anos. Como a universidade só tem nove anos de existência, tem-se um grupo que vivenciou, em média, metade de seu período existencial. Realizou-se a análise da identificação organizacional segundo o modelo proposto na literatura para um mapa de identificação e um mapa de frustração (KREINER; ASHFORTH, 2004; ROCHA; SILVA, 2007).

A identificação organizacional é um tema recorrente no estudo de aspectos comportamentais em diferentes organizações. Portanto, respondendo à pergunta que norteou a pesquisa, infere-se que o processo de identificação de servidores ocupantes do cargo de administrador em órgãos públicos e formados em Administração de Empresas apresenta indícios de uma identificação ambivalente, porque, embora códigos como qualidade de vida, estabilidade, participação nas decisões internas sejam citados como de identificação, eles estão em conflito com a burocracia, com as decisões baseadas em política e com a falta de comunicação.

Referência

KREINER, G. E. and ASHFORTH, B. E. Evidence toward an expanded model of organizational identification. Journal of Organizational Behavior, v. 25. n. 1, p. 1-27, 2004. ISSN: 1099-1379 [viewed 27 June 2018]. DOI: 10.1002/job.234. Avaliable from: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1002/job.234

Para ler o artigo, acesse

ROCHA, C. B. and SILVA, J. R. G. Identificação de funcionários com empresa pública no contexto de mudanças: o caso Finep. Rev. Adm. Pública [online]. 2007, vol.41, n.4, pp.685-706. ISSN 0034-7612. [viewed 20 August 2018]. DOI: 10.1590/S0034-76122007000400004. Available from: http://ref.scielo.org/nk6n6q

 

Link externo

Cadernos EBAPE – CEBAPE: www.scielo.br/cebape

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

KUBO, E. A atuação de administradores de empresas em órgãos públicos [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2018 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2018/08/22/a-atuacao-de-administradores-de-empresas-em-orgaos-publicos/

 

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