Independências políticas na América sob a perspectiva da História da Educação

Aline de Morais Limeira Pasche, Professora adjunta na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Cláudia Engler Cury, Editora-chefe da Revista Brasileira de História da Educação, Professora titular na Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil.

Imagem: Pixabay

Dentre outras iniciativas que refletem a historiografia da educação, destaca-se no cenário das produções em 2020, o “I Colóquio Internacional Independência e Instrução na América e África: História, Memória e Formação”, (coordenado pelo professor Dr. José Gondra e Professora Dra. Aline de Morais/UERJ) e o lançamento da coluna “Bicentenário em Foco” que é uma das 16 colunas do Jornal Pensar a Educação em Debate  (editada por Cíntia Almeida/UESC, Luciano Faria Filho/UFMG, Priscila Baiense/UFMG, Aline de Morais/UERJ). Neste sentido pode-se entender a organização e publicação do dossiê intitulado “Processos de emancipação e educação na América: história, memória, política e cultura (séculos XIX e XX)”, publicado pela Revista Brasileira de História da Educação (vol. 20).

Ou seja, o dossiê integra um conjunto amplo de investimentos que tem procurado pensar o papel e o lugar da educação de todas as gentes nos diversificados processos de independências das nações. As organizadoras, Cláudia Cury (UFPB) e Aline de Morais (UERJ), convidam os leitores para percorrer a escrita dos 11 textos que abordam aspectos da emancipação de quatro países da América Latina (Brasil, Uruguai, Argentina e Venezuela), conduzidas por três professores estrangeiros (Espanha, Argentina e Uruguai) e dezessete pesquisadores brasileiros de seis estados (MG, RS, RJ, PE, RN e BA). Os seus autores são professores do ensino superior, professores da educação básica, graduandos, mestrandos e doutorandos, que dialogaram com diferentes áreas do conhecimento das Ciências Humanas e Sociais (Educação, Letras e História). Essa configuração de áreas e pesquisadores certamente colaborou para imprimir marcas específicas nas análises sobre o complexo processo de construção dos estados nacionais, no século XIX (sete artigos) e século XX (quatro artigos).

Entre os artigos, temos aquele que discorre acerca de temas caros à história da nação brasileira ao longo do século XVIII e XIX, como liberdade, educação, povo, igualdade, estado, e se intitula “Cultura ilustrada e educação conservadora: Bernardo Vasconcelos e sua carta aos senhores eleitores (1828)”, de Dalvit Greiner de Paula,  e   Luciano Mendes de Faria Filho. Rita Cristina Lima Lages escreveu “Projetos educacionais para Minas Gerais no século XIX: nações estrangeiras na vitrine”. Examina representações, tensões e impasses atinentes ao projeto de construção de uma unidade latino-americana, o estudo intitulado “Abordagens em livros didáticos de História do Brasil sobre a presença brasileira no Cone Sul Latino-Americano, no século XIX”, de André Mendes Salles e de José Batista Neto. Maria das Graças de Andrade Leal, é autora do estudo “Educação e trabalho; raça e classe no pensamento de um intelectual negro: Manuel Querino – Bahia (1870-1920)”. Antonio Romano dialoga com temáticas como saberes curriculares, Estado, militarismo, modernidade escolar, níveis de ensino, políticas públicas em “Los dilemas en la formación ciudadana. Entre la instrucción cívica y la instrucción militar en los procesos de emancipación política en el siglo XIX en el Uruguay”. O texto “La Gazeta de Caracas en el albor del movimiento independentista: análisis de las noticias educativas publicadas en el diario decano de la prensa venezolana”, é de autoria de Jordi Garcia Farrero. “Pela iluminação do passado: livros e educação no contexto do cinquentenário da Independência (Capital brasileira, década 1870)” é o texto que analisa livros como engrenagens na construção e legitimação de representações, histórias e memórias, de Edgleide de Oliveira Clemente da Silva e colaboradoras. “Educação e brasilidade: a política de nacionalização getulista no contexto escolar em Lajeado/RS (1939-1943)” é o título do trabalho de Tiago Weizenmann. Márcia Cabral da Silva, apresenta como os impressos e a circulação de ideias emergem como dispositivos culturais importantes para compreender processos de legitimação do Estado brasileiro no artigo “Histórias da nossa terra: sobre o projeto cívico de construção da nação brasileira por meio do impresso”. “Nacionalistas y libertarios: tensiones en torno de las conmemoraciones y símbolos patrios en la educación primaria (Argentina, 1910-1930)”, é o texto de autoria de Adrián Ascolani. “O Centenário da Independência Brasileira em nossas escolas primárias: narrativas históricas escolares em disputa” é o estudo de Patrícia Coelho da Costa e Jefferson da Costa Soares.

Como se vê, trata-se de um esforço amplo e diversificado de compreender esse fenômeno que é a educação a partir de suas interlocuções com aspectos sociais, políticos e culturais que a constituem e que são constituídos por ela, como é o caso da Independência no Brasil e na América.

Para ler os artigos, acesse

Revista Brasileira de História da Educação – Volume 20: http://ref.scielo.org/htgg2z

Links Externos:

Revista Brasileira de História da Educação – Condições para Submissões: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/about/submissions

Revista Brasileira de História da Educação – RBHE: www.scielo.br/rbhe

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

PASCHE, A. M. L. and CURY, C. E. Independências políticas na América sob a perspectiva da História da Educação [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2020 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2020/12/03/independencias-politicas-na-america-sob-a-perspectiva-da-historia-da-educacao/

 

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