Breno Procópio, Gestor de Comunicação do INCT Observatório das Metrópoles, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Como melhorar os instrumentos de alerta e monitoramento de inundações? No artigo “Cambio climático, inundaciones y ‘lagunas’ de información. Análisis de inundaciones a través de rastreo de artículos periodísticos en el Gran La Plata (Buenos Aires, Argentina)”, publicado no periódico Cadernos Metrópole (v. 20, n. 42), as pesquisadoras Daniela Vanesa Rotger, María Aversa e Estefanía Jáuregui mostram como os episódios de chuvas intensas foram abordados pela imprensa argentina em um longo período, entre os anos de 1911 e 2014. As autoras sugerem uma metodologia para o registro de inundações na região do Grande Rio Prata, que serviria para alertas, prevenção e riscos ambientais.
As autoras destacam ainda a perspectiva que relaciona a expansão da área metropolitana e a construção social dos desastres que decorre das características do processo de urbanização. Nesse sentido, Poggiese (2004, p. 232) adverte que: “[…] não há desastres naturais, mas, mesmo que tenham origem em fenômenos naturais, tecnológicos, antrópicos etc., os desastres são, em essência, uma construção social, resultado de um processo de ocupação e produção que, como ‘desenvolvimento’, ligou a vida humana à natureza. Na verdade, o desastre é atingido por um estado de exposição anterior ao evento: o desastre não é outra coisa senão a afirmação dos relatos negativos do desenvolvimento adotado”.
Os principais resultados referem-se à análise de inundações segundo tipo de evento de precipitação, as localidades afetadas e o reconhecimento dos anos críticos. Essa metodologia pode levar a novas linhas de pesquisa e plataformas colaborativas, como aplicativos que servem para aviso prévio, prevenção e mitigação; estratégias orientadas para reconhecer a percepção social do risco.
A exposição a esse tipo de evento cada vez mais frequente requer ação interdisciplinar, multissetorial e participação social; a interrelação dos atores, assim como a interação entre o Estado e a sociedade, são substanciais para se concentrar na resolução, mitigação e disseminação de desastres e para estabelecer a agenda das políticas públicas antes que a catástrofe ocorra.
Referência
POGGIESE, H. Parte V “del ángulo de la gestión urbana y de los actores políticos: alianzas, riesgos y arenas. Alianzas transversales, reconfiguración de la política y desarrollo urbano: escenarios del presente y del futuro”. In: TORRES RIBEIRO, A. C. (Comp.). El rostro urbano de América Latina. CLACSO Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, 2004.
Para ler o artigo, acesse
ROTGER, D. V., AVERSA, M. and JAUREGUI, E. Cambio climático, inundaciones y “lagunas” de información. Análisis de inundaciones a través del rastreo de artículos periodísticos en el Gran La Plata (Buenos Aires, Argentina). Cad. Metrop. [online]. 2018, vol.20, n.42, pp.305-324. ISSN 1517-2422. [viewed 10 December 2018]. DOI: 10.1590/2236-9996.2018-4201. Available from: http://ref.scielo.org/btv3f5
Link externo
Cadernos Metrópole – CM: www.scielo.br/cm
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