Lílian B. S. N. Caldas, membro da Associação Brasileira de Odontologia, Recife, PE, Brasil
A dificuldade de profissionais de saúde formados no modelo biomédico atuarem sob a perspectiva da atenção integral é frequentemente observada e relatada por estudiosos. Recente estudo qualitativo apontou que um grupo formado por esses profissionais iniciou um processo de mudança de suas práticas a partir do exercício da educação permanente em saúde e política proposta pelo Ministério da Saúde como estratégia para organização do trabalho.
No artigo “Processo de trabalho em unidade de saúde da família e a educação permanente”, de autoria de Rebecca Andrade, Lílian Caldas, Maria Leopoldina Falcão e Paulo de Góes, publicado no periódico Trabalho, Educação e Saúde, volume 14, número 2, de 2016, pesquisadores do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, em Recife, analisaram a educação permanente a partir de uma discussão suscitada pela reflexão dos profissionais de saúde sobre a realidade do próprio cotidiano de trabalho, e verificaram como consequência o início de um processo de modificação de práticas.
Os pesquisadores realizaram o estudo com equipes de uma unidade de saúde da família localizada na região metropolitana do município de Recife, utilizando a técnica de grupo focal e analisaram os dados coletados com base no registro escrito e de áudio do grupo.
Os participantes, por meio de um guia de temas, refletiram sobre seus processos de trabalho, resultando em diferentes concepções relacionadas às temáticas abordadas. As temáticas tiveram a intenção de colocar os trabalhadores em contato com os desconfortos vivenciados no cotidiano do trabalho, suscitar desejos profissionais, e captar as percepções dos trabalhadores acerca de suas necessidades de educação permanente.
Após discussão das temáticas, os participantes buscaram soluções para os problemas e desejos relativos aos seus processos de trabalho, citados durante o grupo focal e, posteriormente, priorizaram aqueles cuja resolução estava dentro de sua governabilidade e possível de ser efetuada a curto prazo. Os itens destacados se transformaram em oficinas de educação permanente.
“O pessoal não entendeu ainda que PSF é um programa de prevenção, mas tem que dizer em palestra, mas o pessoal só quer consulta”, disse um trabalhador ao ser colocado em contato com seus desconfortos. Por meio da educação permanente, os profissionais refletiram sobre seus atos produzidos no cotidiano, utilizaram-se da aprendizagem significativa e da problematização na busca pela transformação das práticas de saúde e de educação.
Para ler o artigo, acesse
ANDRADE, R. S. de, CALDAS, L. B. S. do N., FALCAO, M. L. P. and GOES, Paulo Sávio Angeiras de. PROCESSO DE TRABALHO EM UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA E A EDUCAÇÃO PERMANENTE. Trab. educ. saúde [online]. 2016, vol.14, n.2 [viewedth 16 June 2016]., pp.505-521. ISSN 1678-1007. DOI: 10.1590/1981-7746-sip00108. Available from: http://ref.scielo.org/hmc9jm
Link externo
Trabalho, Educação e Saúde – TES: www.scielo.br/tes
Como citar este post [ISO 690/2010]:
Últimos comentários