Moacir Roberto Darolt, Pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
As vendas em circuitos curtos (feiras de produtores, entrega de cestas, lojas especializadas, grupos de consumo organizado, vendas na propriedade ligada ao agroturismo, mercado institucional para alimentação escolar, venda por internet, entre outros) canalizaram metade do valor total das compras da produção orgânica certificada no mercado interno brasileiro. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) identificou em 2016 cerca de 600 feiras orgânicas/agroecológicas em mais de 130 cidades brasileiras, incluindo 24 capitais.
O mais importante para caracterizar um circuito curto ou cadeia curta é o fato de um produto chegar nas mãos do consumidor com informações que lhe permitam saber onde o produto foi produzido (lugar), por quem (produtor) e de que forma (sistema de produção – orgânico ou convencional).
O artigo “Redes alimentares alternativas e novas relações produção-consumo na França e no Brasil” publicado em Ambiente & Sociedade, volume 19, número 2, de 2016 destacou que as cadeias curtas permitem remuneração mais correta ao produtor, preços mais justos ao consumidor, incentivo à produção local e à transição para sistemas mais sustentáveis. Foram verificadas ainda oportunidades para estimular mudanças de hábitos alimentares, incentivo à educação para o gosto e a formação de novos grupos de consumo responsável. Todavia, se requer proximidade geográfica, maior protagonismo dos consumidores na relação com os produtores e políticas públicas adaptadas a esse contexto.
A investigação mostrou que comprar em cadeias curtas diminui o impacto ambiental pela redução de embalagens (plásticas) e pelo menor gasto energético com transporte. As iniciativas bem-sucedidas em circuitos curtos acontecem em locais onde existem formas de coordenação em rede e parcerias entre o poder público, entidades não-governamentais, empresas privadas, organizações de agricultores e consumidores.
Para ler o artigo, acesse
DAROLT, M. R. et al. Alternative food networks and new producer-consumer relations in France and in Brazil. Ambient. soc. [online]. 2016, vol.19, n.2, pp.1-22. [viewed 27th September 2016]. ISSN 1414-753X. DOI: 10.1590/1809-4422ASOC121132V1922016. Available from: http://ref.scielo.org/dfqmd8
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Ambiente & Sociedade – ASOC: www.scielo.br/asoc
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