O urbanismo social em contraste com a neoliberalização das políticas públicas em Medellín

Kátia Oliveira, doutoranda (bolsista CAPES), Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana (PPGTU), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), membro do corpo editorial, urbe – Revista Brasileira de Gestão Urbana.

Logo do periódico urbe. Revista Brasileira de Gestão UrbanaNo artigo La división social del espacio en una ciudad neoliberal: el caso de Medellín (2005-2018), publicado no periódico urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana (vol. 16, 2024), o pesquisador analisa criticamente os impactos da neoliberalização urbana na América Latina, especialmente evidenciada em Medellín, na Colômbia, onde a retórica em torno do “urbanismo social” convive com a reprodução da segregação, da fragmentação urbana, da gentrificação e de novas formas de marginalização.

O estudo propõe uma abordagem teórico-metodológica que combina análise de mapas sociais e diorama socioespacial para revelar os efeitos concretos da neoliberalização sobre a divisão social do espaço urbano da cidade entre 2005 e 2018. Destaca que Medellín apresenta uma intensificação das desigualdades estruturais sob a lógica neoliberal, evidenciada em múltiplas articulações entre as clivagens de classe, gênero e etnia.

Como conclusões, dentre outras, o estudo aponta que as áreas populares e periféricas da cidade concentram precariedades, associadas a altos índices de chefia feminina nos domicílios, núcleos de concentração de população negra e indígena com níveis altíssimos de segregação étnico-racial e etnocultural, elevada migração interna, composta principalmente por pessoas deslocadas pela violência na região e uma proporção significativa de venezuelanos migrantes na última década.

Também evidencia que a classe média apresenta uma crescente heterogeneidade socioeconômica, com camadas médias-altas próximas da elite e médias-baixas vulneráveis à informalidade e ao envelhecimento sem proteção previdenciária.

Fotografia de uma cidade, com uma periferia um primeiro plano e de fundo uma parte de cidade com vários prédios

Imagem: Unsplash

O estudo aponta ainda que o crescimento demográfico e o “boom imobiliário” entre 2005 e 2018 expõem o fracasso do modelo de coesão social e territorial prometido pelo urbanismo social, consolidando Medellín como uma metrópole neoliberal marcada por elitização urbana, macro e micro segregação, e condições laborais precárias que se estendem até a velhice, tendências potencialmente agravadas pela pandemia da Covid-19.

Para ler o artigo, acesse

RIVAS, L.D.S. La división social del espacio en una ciudad neoliberal: el caso de Medellín (2005-2018). urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana [online]. 2024, vol. 16, e20230064 [viewed 9 May 2025]. https://doi.org/10.1590/2175-3369.016.e20230064. Available from: https://www.scielo.br/j/urbe/a/zJhksjW9FpG3wXSVG6Y5NqP/

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Como citar este post [ISO 690/2010]:

OLIVEIRA, K. O urbanismo social em contraste com a neoliberalização das políticas públicas em Medellín [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2025 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2025/05/09/o-urbanismo-social-em-contraste-com-a-neoliberalizacao-das-politicas-publicas-em-medellin/

 

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