Por Kátia Kishi, jornalista do Labjor/Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil
A orientação vocacional adequada no desenvolvimento da inteligência social pode contribuir com o estabelecimento de sentido para os projetos de vida, capacidade de gestão de relacionamento, confiança e liderança.
Essa foi a diretriz que conduziu uma pesquisa realizada com 1095 alunos portugueses e que indica condições cognitivas e comportamentais favoráveis para o desenvolvimento da inteligência social, sendo aconselhável que as intervenções de orientação vocacional e questionamento ético trabalhem a profundidade dos temas, ou índices, de acordo com os níveis escolares dos indivíduos. Por exemplo, alunos do 8º ano apresentaram na pesquisa médias superiores em resolução de problemas, motivação e autoconfiança, enquanto alunos do 10º (equivalente ao nosso 1º ano do ensino médio) tiveram resultados superiores em resolução de problemas, motivação e familiaridade. Os níveis escolares avaliados foram os considerados de pré-transição (8º, 10º e 11º ano), a fim de avaliar os índices que possam preparar os alunos nas importantes tomadas de decisões quando estiverem nas 9ª e 12ª séries do sistema acadêmico português (equivalentes ao 9º ano de nosso ensino básico e 3º ano de nosso ensino médio).
O estudo de caso integra a pesquisa portuguesa “Carreira e cidadania: condições pessoais e contextuais de questionamento ético de projetos de vida” e foi publicado na última edição (volume 25, número 61) da revista de psicologia “Paidéia”, lançada este mês pela Universidade de São Paulo, câmpus Ribeirão Preto.
A pesquisa foi realizada com estudantes de sete instituições acadêmicas em diferentes regiões geográficas de Portugal: Braga, Viana do Castelo, Aveiro, Lisboa e Évora. Sua aplicação se deu em dois momentos diferentes, com intervalo de seis meses, e os testes exploraram a interação pessoa-ambiente para avaliar o processo de resolução do problema, seu conhecimento e as atitudes através de situações de estímulo que ilustrassem momentos da vida real dos adolescentes.
Os autores do estudo indicam que as análises sobre o desenvolvimento da inteligência social são necessárias, pois ela é a base para a prática de atividades sociais que propiciem o bem-estar humano, compromisso com o próximo e espírito de equipe, ou seja, além de trazer melhorias individuais, também pode promover mudanças positivas para a sociedade.
A literatura também apresenta que pessoas com altos níveis de inteligência social são tipicamente mais amigáveis, solidárias e com mais facilidade em se adaptar e lidar de forma eficiente com os problemas, no entanto, os autores ressaltam que o tema ainda carece de mais pesquisas.
Para ler os artigos, acesse
PINTO, J. C.; FARIA, L.; GASPAR, N. and TAVEIRA, M. do C. Intra and Inter-Individual Differences in Social Intelligence of Portuguese Students. Paidéia (Ribeirão Preto) [online]. 2015, vol.25, n.61, pp. 153-161. [viewed 24th June 2015]. ISSN 1982-4327. DOI: 10.1590/1982-43272561201503. Available from: http://ref.scielo.org/vm7qh4
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Paidéia (Ribeirão Preto) – http://www.scielo.br/paideia/
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