Ana Lucia Pegetti, Analista de Negócios, Universidade Católica de Santos, Santos, SP, Brasil
Giuliana Isabella, Professora titular, Insper – Instituto de Educação e Pesquisa, São Paulo, SP, Brasil
Um grupo de quatro pesquisadores formado por Giuliana Isabella, Abraham Sin Oih Yub, Adriano Maniçoba da Silva e Ana Lucia Pegetti (Insper, USP, IFSP e UNISANTOS) com foco no gerenciamento da cadeia de fornecimento de etanol no segundo revés econômico, onde o consumo de gasolina em relação ao etanol mostrou-se superior, contrariando a teoria de oferta e demanda (ALONSO-PIPPO et al., 2013; MOREIRA; PACCA; PARENTE, 2014; SALVO; HUSE, 2011), realizou uma pesquisa sobre os fatores que influenciam a preferência dos consumidores brasileiros quanto à escolha de combustível no abastecimento de seus veículos. A pesquisa foi desenvolvida com consumidores do estado de São Paulo em 2012 e os resultados publicados no volume 52, número 3, da Revista de Administração (São Paulo), com o título “Another driver of the Brazilian fuel ethanol supply chain: the consumers’ preferences”, demonstrando que fatores como confiabilidade, conveniência, sustentabilidade e crenças são tão importantes quanto o preço para a compra de combustível. O artigo oferece também sugestões para o gerenciamento estratégico da cadeia de suprimentos de etanol brasileira e para políticas públicas relacionadas à regulamentação do etanol.
Diferente do que presumia o governo e executivos da cadeia de suprimentos do etanol, o consumidor brasileiro é suscetível às oscilações do preço do etanol, e não escolhe o combustível somente baseado neste fator. Os resultados mostram que houve uma diferença significativa entre as preferências reais dos consumidores de combustível e suas preferências percebidos pelas principais partes interessadas que achavam que a tecnologia FFV havia capacitado os proprietários de automóveis a escolher o combustível mais econômico para consumo. Outras variáveis chaves como por exemplo, a idade e gênero demonstraram ser influenciadoras do processo de escolha de combustíveis. Assim, uma estratégia segmentada de comunicação de marketing, entre outras, pode ser empregada para gerenciar a comunicação com diferentes segmentos de consumidores de etanol.
Para a condução dos estudos, primeiramente uma revisão da literatura sobre os eventos ocorridos antes e durante o segundo período da difusão da tecnologia de biocombustíveis no Brasil (difusão tecnológica do etanol ocorrida a partir de 2010) é realizada, a fim de identificar as percepções das partes interessadas principais da cadeia de suprimentos sobre as preferências dos consumidores. Depois, foi realizado um estudo qualitativo e outro quantitativo sobre as preferências dos consumidores de combustível brasileiros.
De forma geral, o estudo mostra a importância da preferência dos consumidores na coordenação de uma cadeia emergente de suprimento de etanol que incorpora algumas inovações tecnológicas significativas nas últimas décadas, integrando a teoria de difusão com a teoria da transição de tecnologia de energia e gerenciamento da cadeia de suprimentos, a fim de compreender o papel das preferências dos consumidores no desempenho da indústria de etanol e suas implicações na política pública.
Referências
ALONSO-PIPPO, W. et al. Practical implementation of liquid biofuels: The transferability of the Brazilian experiences. Energy Policy, 2013. n. 60, 70-80.
MOREIRA, J.R.; PACCA, S. A.; PARENTE, V. The future of oil and bioethanol in Brazil. Energy Policy, 2014. n. 65, p. 7-15.
SALVO, A.; HUSE, C. Is arbitrage tying the price of ethanol to that of gasoline? Evidence from the uptake of flexible-fuel technology. Energy Journal, 2011. v. 32, n. 3, p. 119-148.
Para ler o artigo, acesse
ISABELLA, G., YU, A. S. O., SILVA, A. M. and PEGETTI, A. L. Another driver of the Brazilian fuel ethanol supply chain: the consumers’ preferences. Rev. Adm. (São Paulo) [online]. 2017, vol.52, n.3, pp.304-316. [viewed 2 October 2017]. ISSN 1984-6142. DOI: 10.1016/j.rausp.2017.05.003. Available from: http://ref.scielo.org/fw3rrn
Links externos
Revista de Administração (São Paulo) – RAUSP: www.scielo.br/rausp
ScienceDirect: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0080210717300869
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