André Luiz Appel, Assistente de Pesquisa do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Brasília, DF, Brasil
Sarita Albagli, Pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Pesquisa intitulada “The adoption of article processing charges as a business model by Brazilian open Access Journals”, desenvolvida por pesquisadores do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI-IBICT/UFRJ) e publicada na Transinformação (v. 31), apontou que, em abril de 2018, 81 periódicos brasileiros cobravam taxas de autores que quisessem publicar em acesso aberto. Isso representou um crescimento de quase 100% em relação ao número 41 apontado por estudos anteriores (Príncipe; Barradas, 2013). O preço médio das taxas cobradas foi de R$ 920,00, com preços mínimo e máximo variando de R$ 12 a R$ 3.467,00, respectivamente. Essa ampla variação é condizente com o cenário de publicação por editoras comerciais, com fins lucrativos, ou por algumas sociedades científicas estrangeiras, em que os preços variam de US$ 99 a US$ 5,000 por artigo (NASSI-CALÒ, 2013).
Cerca de 70% desses periódicos são das áreas de Agricultura e Medicina, considerados de alto prestígio no contexto de pesquisa brasileira e que privilegiam a publicação de seus resultados de pesquisa em artigos científicos, em relação a outros canais, como livros, congressos etc. (MEADOWS, 1999; MULLER; 2005). Os pesquisadores também apontaram que as métricas Fator de Impacto e Índice h são pouco relevantes na determinação dos preços das taxas cobradas. Por outro lado, os periódicos classificados como A1 e A2 no índice Qualis da Capes, tidas como de alto prestígio no contexto acadêmico brasileiro, são as que cobram as taxas médias mais altas (Figura 1).
A pesquisa utilizou dados disponibilizados pelo Directory of Open Access Journals (DOAJ), diretório de referência aos periódicos de acesso aberto, complementados ou atualizados com dados coletados nos sites dos próprios periódicos pesquisadas, além de dados do Scimago Journal & Country Rank, Clarivate Journal Citation Reports e Qualis/CAPES. Os dados resultantes da pesquisa foram disponibilizados, de forma completa e aberta, no repositório Zenodo.
Referências
MEADOWS, A. J. A comunicação científica. Brasília: Briquet de Lemos, 1999.
MUELLER, S. P. M. A publicação da ciência: áreas científicas e seus canais preferenciais. DataGramaZero: Revista de Ciência da Informação, v. 6, n. 1, p. 1-13, 2005. ISSN: 1981-0695 [viewed 28 November 2019]. Available from: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/980/2/ARTIGO_PublicacaoCiencia.pdf
NASSI-CALÒ, L. Quanto custa publicar em acesso aberto? [online]. SciELO em Perspectiva, 2013 [viewed 28 November 2019]. Available from: https://blog.scielo.org/blog/2013/09/18/quanto-custa-publicar-em-acesso-aberto/
PRÍNCIPE, E. and BARRADAS, M. M. Modelos de negócios de revistas científicas brasileiras: author pay? In: ENCONTRO NACIONAL DE EDITORES CIENTÍFICOS, 14., 2013, São Pedro. Anais […] São Pedro: ABEC, 2013. p. 26-30. Available from: http://ocs.abecbrasil.org.br/index.php/ENEC/ENECUSP/paper/viewFile/47/52
Para ler o artigo, acesse
APPEL, A. L. and ALBAGLI, S. The adoption of article processing charges as a business model by Brazilian Open Access journals. Transinformação, v. 31, e180045, 2019. ISSN: 0103-3786 [viewed 28 November 2019]. DOI: 10.1590/2318-0889201931e180045. Available from: http://ref.scielo.org/mg9nph
Links externos
Transinformação – TINF: www.scielo.br/tinf
Directory of Open Access Journals (DOAJ): https://www.doaj.org
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGCI-IBICT/UFRJ): http://www.ppgci.ufrj.br
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