Mobilidade no espaço de vida, fragilidade e risco de sarcopenia em pessoas idosas

Maria do Carmo Correia de Lima, Pós-doutoranda- BioNR Research Lab, Département des Sciences de la santé, Université du Québec à Chicoutimi (UQAC), Chicoutimi, Quebec, Canada.

Para fins de investigação, a mobilidade dentro e fora de casa tem sido definida e avaliada em termos de espaço de vida. A avaliação da mobilidade do espaço de vida pelo instrumento Life Space Assessment (LSA), reflete em estimativas da frequência e da extensão do deslocamento do ambiente imediato de dentro de casa para o ambiente ampliado de fora de casa, seja por meio de assistência pessoal, seja com o auxílio de equipamento ou sem nenhum tipo de auxílio.

Em idosos, a ampliação e manutenção da mobilidade nos espaços de vida associam-se com boa capacidade funcional, senso de autonomia e bons níveis de qualidade de vida percebida. Em contrapartida, a redução e restrição da mobilidade está associada a eventos adversos em saúde, tais como quedas, fraturas, sarcopenia, declínio cognitivo, fragilidade e institucionalização.

Através dos dados secundários da base do seguimento (2016-2017) do Estudo Fragilidade em Idosos Brasileiros (Estudo FIBRA), sob os auspícios da Universidade Estadual de Campinas, o nosso estudo Precisão da medida de mobilidade no espaço de vida para discriminar fragilidade e sarcopenia em idosos teve o objetivo de identificar o perfil de mobilidade nos espaços de vida em idosos que vivem na comunidade e estabelecer a precisão dos pontos de corte do LSA para discriminar entre níveis de fragilidade, fragilidade em marcha e de risco de sarcopenia.

Imagem: Gustavo Carvalho (arquivo pessoal).

Nossos principais achados foram que os pontos de corte de melhor acurácia diagnóstica do LSA total foram ≤ 54 pontos para fragilidade em marcha (AUC= 0,645 95%; p<0,001) e ≤ 60 pontos para risco de sarcopenia (AUC= 0,651 95%; p<0,001). Em conclusão, na prática clínica gerontológica, precisamos de medidas fáceis, rápidas, de baixo custo e com bom valor preditivo para identificar a mobilidade reduzida em idosos. Sob uma perspectiva multidimensional, o constructo espaço de vida avaliado pelo LSA demonstrou ser uma ferramenta viável para rastrear fragilidade em marcha e risco de sarcopenia em idosos da comunidade.

A temática deste estudo é importante para a teorização e a pesquisa exploratória, sobretudo diante das mudanças de trajetória da mobilidade nos espaços de vida dos idosos impostas pelas medidas de isolamento e distanciamento social devido à pandemia pela COVID-19 e agora de retomada de convívio social gradativa.

Referências

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Para ler o artigo, acesse

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Link(s)

Gerontologia | Pós-graduação FCM: https://www.fcm.unicamp.br/posgraduacao/gerontologia

Maria do Carmo Correia de Lima | CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2201005504302125

Maria do Carmo Correia de Lima | ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9018-5325

Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia – RBGG: https://www.scielo.br/j/rbgg/

Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia: https://www.rbgg.com.br/

Sobre Maria do Carmo Correia de Lima

Fisioterapeuta. Doutora em Gerontologia (Unicamp). Estágio pós-doutorado- Lab BioNR, Laboratoire de recherche biomécanique & neurophysiologique en réadaptation neuro-musculo-squelettique – Université du Québec à Chicoutimi. Pesquisadora colaboradora da rede nacional de pesquisa para estudar o impacto do Covid-19 na mobilidade das pessoas idosas – Remobilize. Temas de pesquisa: Mobilidade nos espaços de vida, fragilidade, sarcopenia, marcha, equilíbrio, prevenção de quedas e walkability.