Rosa Emilia Moraes, Jornalista Científica para a Linceu Editorial, São José dos Campos, SP, Brasil
A adaptação social refere-se, em termos gerais, à capacidade de um indivíduo de interagir com a sociedade de forma harmoniosa, adquirindo habilidades que lhe permitem acomodar-se, lidar e cooperar com outras pessoas, com o seu entorno e consigo mesmo (Samadi; Sohrabi, 2016) em diferentes contextos sociais. Essas competências facilitam um melhor desempenho acadêmico e profissional, promovem equilíbrio psicológico e o bem-estar do indivíduo, fomentando relações interpessoais saudáveis. Assim, a identificação de vulnerabilidades e comportamentos de risco é vital para prevenir problemas de desajuste social.
Os pesquisadores Valentín Martínez-Otero da Universidade Complutense de Madrid, na Espanha, e Martha Leticia Gaeta da Universidad Popular Autónoma del Estado de Puebla, no México, analisaram o comportamento pessoal, acadêmico e social de estudantes universitários em três países Ibero Americanos (Brasil, México e Espanha). O objetivo foi traçar um perfil desses alunos, buscando identificar padrões gerais que possam fundamentar a formulação e articulação de estratégias institucionais de apoio pedagógico para promover a adaptação social. A Dra. Marlúcia Menezes de Paiva, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, colaborou com o acesso aos dados dos estudantes brasileiros.
Os dados foram coletados através de um questionário baseado na Escala de Autoevaluación de Adaptación Social – SASS (Bosco; Dubini; Polini,1997), que avalia conduta, funcionamento e ajuste social dos respondentes. O estudo, intitulado Adaptación Social em Universitários Ibero Americanos: Un análisis transcultural en Brasil, Espanha e México, foi embasado em uma vasta literatura de referência, abrangendo livros e artigos sobre internacionalização do ensino superior, psicologia e construção de competência social.
A pesquisa demonstrou que a maioria dos 942 estudantes entrevistados encontra-se em um bom nível de adaptação, porém uma pequena parcela (19%) apresenta vulnerabilidade ao desajuste social, com maior risco identificado entre estudantes do sexo masculino em universidades públicas do México.
Os resultados, apresentados em tabelas comparativas, apontam diferenças e semelhanças na adaptação social dos estudantes no contexto de cada país participante. Dentre os fatores que podem influenciar essa adaptação, foram analisados idade, gênero, estado civil, lugar de residência e grupo de convivência, além do tipo de instituição a que pertence sua universidade (pública ou privada) e se o estudante exerce ou não trabalho remunerado.
Este trabalho ressalta a importância das redes de apoio, grupos de amizades e acolhimento familiar, que permitem ao universitário desenvolver-se acadêmica e socialmente com segurança e suporte emocional, fortalecendo sua autoestima. Esta conclusão transparece nos resultados através dos maiores níveis de adaptação encontrados entre estudantes que moram com suas famílias ou cônjuges.
O artigo, publicado originalmente pelo periódico Educação & Sociedade (vol. 45, 2024), faz parte de um Projeto de Investigação realizado com o apoio da Asociación Iberoamericana de Salud Escolar de Madrid. Seu enfoque internacional reforça a crescente cooperação acadêmica e científica entre países da Ibero-América.
Para ler o artigo, acesse
MARTÍNEZ-OTERO, V. and GAETA, M.L. Estudio Educativo Sobre La Adaptación Social De Universitarios Iberoamericanos. Educação & Sociedade [online]. 2024, vol. 45, e280131 [viewed 29 November 2024]. https://doi.org/10.1590/ES.28013. Available from: https://scielo.br/j/es/a/WpqNj5Qktp4D6LXdwSJYZHL/
Referências
BOSC, M., DUBINI, A. and POLIN, V. Development and validation of a social functioning scale, the Social Adaptation Self-evaluation Scale. European Neuropsychopharmacology [online]. 1997, vol. 7 no. 1, supl. 1, pp. S57-S70 [viewed 29 November 2024]. https://doi.org/10.1016/S0924-977X(97)00420-3. Available from: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0924977X97004203?via%3Dihub
SAMADI, M. and SOHRABI, N. Mediating role of the social problem solving for family process, family content, and adjustment. Procedia. Social and Behavioral Sciences [online]. 2016, vol. 217, pp. 1185-1188 [viewed 29 November 2024]. https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2016.02.141. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S187704281600166X
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