Mariana Guedes Conde, Jornalista e Mestre em Comunicação, Teresina, PI, Brasil
O volume 39, número 2 de Intercom traz artigos de pesquisadores nacionais e internacionais divididos em dois eixos temático de acordo com a proximidade dos assuntos abordados: o primeiro trata das mídias, em especial a imprensa e a televisão, e o segundo de noções de cidadania e direito à informação e à comunicação.
O primeiro eixo reúne artigos que discutem questões relativas às mídias, em especial a imprensa e a televisão. As discussões abrangem desde a imprensa literária na história do Rio Grande do Sul até as políticas públicas para o audiovisual na Europa, passando por temas como a violência doméstica retratada no cinema argentino e também pelas buscas de definição do conceito de web TV. Temas como a importância das imagens na televisão e a teoria lacaniana dos discursos na Comunicação também estão presentes.
Entre os autores estrangeiros que participam deste eixo, estão os portugueses Ana Catarina Pereira, da Universidade da Beira Interior, com o artigo “Todas as histórias de violência doméstica se assemelham: o olhar e arte como dispositivos libertadores”; e o professor Rui Cádima, da Universidade Nova de Lisboa, com “Da TV pública europeia à ‘alienação’ da Ideia de Europa”. Cádima discute as políticas europeias para a televisão pública e a produção audiovisual no contexto de transição para o digital. O pesquisador defende que estas políticas, no contexto atual de revisão da Diretiva do audiovisual, devem reforçar a competência das televisões públicas europeias para a construção de Ideia de Europa, em referência à obra de George Steiner.
No segundo eixo, os artigos abordam noções de cidadania e direito à informação e à comunicação. Os protestos de junho de 2013 no Brasil e os embates entre o discurso da mídia e o discurso popular que ocorreram nesse contexto são tema do artigo “Conhecimento de si mesmo e comunicação cidadã: do conformismo à ação nos protestos de junho de 2013”, de Eduardo Ritter (UFSM); o parto humanizado e o uso que ativistas dessa causa fazem de sites de redes sociais e ferramentas de internet são trabalhados por Lia Hecker Luz (Universidade de Coimbra) e Vânia de Vasconcelos Gico (UFRN), que assinam “Blogs como canais alternativos de comunicação para o renascimento do parto”; Já Rennan Mafra (UFV) discute a comunicação organizacional em instituições públicas de ciência em “Diálogo público, instituições científicas e democracia: reflexões sobre a constituição de uma política de comunicação organizacional”.
Além destes, o eixo traz o artigo “El Laboratorio de Teatro Campesino e Indígena y la construcción de la vida buena en Ticopó, Yucatán, México”, produzido por Carmen Castillo Rocha, da Universidad Autónoma de Yucatán. A autora busca explorar a relação entre teatro e desenvolvimento a partir de perspectivas como o eduentretenimento e o teatro não pedagógico na América Latina. Para tanto, foram feitas entrevistas focais com habitantes das localidades maias de Canicab e Ticopó, em Yucatán.
A edição conta também com uma entrevista com Carlos Alberto Scolari, da Universitat Pompeu Fabra, de Barcelona, na qual o pesquisador debate assuntos relacionados ao contexto atual da pesquisa em Comunicação, sobretudo no que diz respeito às características de uma sociedade marcada pelo digital. Entre outros pontos importantes, Scolari destaca a necessidade de se pensar novas teorias que possam abarcar a contemporaneidade e sua relação com as mídias digitais.
Por fim, Camila Escudero (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Libny Freire (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) assinam resenhas dos livros “Os assassinos do sol”, de Marcio Tavares d’Amaral, e “Ensaios de um editor: pensando livros, projetos e práticas”, de Helton Rubiano, respectivamente.
Intercom – Revista Brasileira de Ciências da Comunicação contribui com a publicação de pesquisas relacionadas especialmente ao campo da Comunicação e possibilita intercâmbios de conhecimentos entre pesquisadores nacionais e estrangeiros. O periódico passou recentemente por mudanças em seu editorial. O projeto gráfico foi reformulado, com o objetivo de facilitar a leitura e tornar a apresentação mais leve, sem deixar de seguir as normas de uma publicação científica. Outra novidade é que a partir deste ano o periódico passou a ser quadrimestral, contribuindo, assim, para o fluxo de publicação de artigos e a circulação da produção científica.
Para ler os artigos, acesse
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