Há algum “respiro” democrático nas escolas? Ou transmissividade e falta de diálogo selam seu caixão?

Andréa Rosana Fetzner, professora associada à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

A pesquisa, financiada pela FAPERJ, foi desenvolvida no âmbito do Pibid, em um trabalho realizado entre a Universidade e nove escolas de ensino fundamental da cidade do Rio de Janeiro, duas escolas de ensino médio (formação de professores) e uma escola rural do município de Natividade. Pressupondo que as escolas não seriam apenas um espaço de negação de conhecimentos, culturas e valores das classes populares, o estudo demonstrou, por meio do estudo de relatórios de iniciação à docência, e apoiada no conceito de interculturalidade, que diálogo, polifonia e ineditismo (FORNET-BETANCOURT, 1994) também habitam as práticas didáticas nas escolas.

O estudo se desenvolveu como teórico, por meio de um levantamento de diferentes enfoques do conceito de interculturalidade, destacando seu caráter crítico tanto aos processos de globalização e transnacionalização, quanto a práticas que negam as subjetividades, à medida que invisibilizam conhecimentos, valores e culturas e a sua potência em relação à denúncia das desigualdades e na defesa do direito à diferença entre os grupos sociais e pela análise documental, tendo como principal objeto o relatório geral de atividades do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), realizado em 2015, sobre as atividades que se desenvolveram no ano de 2014, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

Como práticas didáticas interculturais, o estudo aponta quatro experiências em quatro escolas das nove escolas, duas no nível médio, uma delas com o estudo do tema aborto, demandado pelos estudantes; outra, com trabalhos com esquetes e oficinas sobre as questões raciais, com destaque para as demandas das culturas juvenis; nas duas escolas de ensino fundamental, a produção filme com estudantes, tendo como enfoque a avaliação da escola em que estudavam; e, na outra escola, as esquetes do cotidiano, no desenvolvimento de temas geradores. O estudo também encontrou trabalhos, realizados nas escolas, que localizaram conhecimentos até então invisibilizados, até então, para parte do corpo docente. O artigo intitulado “Interculturalidade nas Escolas: um estudo sobre práticas didáticas no Pibid” foi publicado na Educação & Realidade (v. 43, n. 2).

Referência

FORNET-BETANCOURT, R. Questões de método para uma Filosofia Intercultural a partir da Ibero-América. São Leopoldo: Editora Unisinos, 1994.

Para ler o artigo, acesse

FETZNER, A. R. Interculturalidade nas Escolas: um estudo sobre práticas didáticas no Pibid. Educ. Real. [online]. 2018, vol.43, n.2, pp.513-530. ISSN 0100-3143. [viewed 16 April 2018]. DOI: 10.1590/2175-623665337. Available from: http://ref.scielo.org/5c8q45

Links externos

Educação & Realidade – EDREAL: www.scielo.br/edreal

Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação e Currículo – GEPAC: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/2535764527374178

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

FETZNER, A. R. Há algum “respiro” democrático nas escolas? Ou transmissividade e falta de diálogo selam seu caixão? [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2018 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2018/04/19/ha-algum-respiro-democratico-nas-escolas-ou-transmissividade-e-falta-de-dialogo-selam-seu-caixao/

 

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