Pedro Roberto Jacobi, Professor titular sênior, Instituto de Energia e Ambiente, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Luciana Travassos, Professora adjunta, Universidade Federal do ABC, Santo André, SP, Brasil
O campo do planejamento, do ordenamento territorial e da governança tem visto crescer exponencialmente o número de pesquisas, artigos, dissertações e teses que não apenas dialogam com a questão ambiental, mas, ao contrário, consideram a politização da relação natureza e produção capitalista do espaço, o locus central de suas análises e reflexões. Partem, portanto, da premissa da indissociabilidade entre a sociedade e a natureza e de que a humanidade e a natureza se transformam mutuamente em constante processo de produção e reprodução do espaço.
Grandes cidades, metrópoles e macrorregiões, têm tensionado a conflituosa relação entre recursos naturais, capital e o aumento da demanda pelo consumo de seus recursos, como energia, alimentos e água. Os efeitos já podem ser sentidos em diversas partes do planeta, com a intensificação de períodos de escassez hídrica, que tendem a ficar cada vez mais frequentes em um cenário de mudanças climática. Esse movimento não produz crises, conflitos e incertezas apenas nas grandes cidades ou espaços urbanos, mas em todo o complexo sistema de produção e reprodução desses recursos naturais, em espaços rurais, cidades médias e pequenas.
Em sentido dialético, se o processo de produção capitalista do espaço está se modificando a partir de uma nova relação com os recursos naturais, as práticas e reflexões no âmbito do planejamento e da governança também demandam novos paradigmas, novos sentidos, novas atuações e agendas de pesquisa (CARNEIRO; FREY, 2018), que levem em consideração a atual fase de territorialização do capital e o reescalonamento do Estado (BRENNER, 2018). Esse número dos Cadernos Metrópole visa contribuir com a construção do campo da práxis e teoria em planejamento e governança ambiental sob a égide que não dissocia a transformação da natureza da produção do espaço no capitalismo, ou seja, não dissocia a questão ambiental da questão social.
Os organizadores desse número são os professores Pedro Roberto Jacobi e Luciana Travassos.
Prazo para envio dos artigos: 30 de outubro de 2019.
Data de publicação: maio 2020.
Para maiores informações, acessar: http://www.scielo.br/revistas/cm/pinstruc.htm
As submissões de textos deverão ser realizadas por meio do sistema SEER da PUC-SP: https://revistas.pucsp.br/metropole
Referências
BRENNER, N. Espaços da urbanização. O urbano a partir da teoria crítica. Rio de Janeiro: Letra Capital. Observatório das Metrópoles, 2018.
CARNEIRO, J. M. B.; FREY, K. (Org.). Governança multinível e desenvolvimento regional sustentável. São Paulo: Oficina Municipal, 2018.
Link externo
Cadernos Metrópole – CM: www.scielo.br/cm
Como citar este post [ISO 690/2010]:
Últimos comentários