Caterine Fagundes, Professora da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Maria Beatriz Luce, Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil.
Paloma Dias Silveira, Técnica em educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil.
A pesquisa “A qualidade da mobilidade de estudantes de graduação no Ciência sem Fronteiras”, publicado no periódico Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação (v. 27, n. 105), evidenciou que o Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) atendeu às expectativas relacionadas à valorização profissional e à empregabilidade de jovens universitários brasileiros.
Foi realizado um estudo quali-quantitativo, a partir das respostas de 367 estudantes egressos do Programa a um questionário aplicado no ano de 2015, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Com isso, foram identificadas seis dimensões associadas à qualidade da mobilidade: (1) aquisição de experiência acadêmica internacional: ampliar conhecimentos em novos contextos de aprendizagem; (2) investimento no currículo profissional: melhorar a empregabilidade; (3) apoio da coordenação do curso de graduação; (4) apoio do setor de relações internacionais da universidade; (5) recurso para as despesas com alimentação; e (6) adaptação ao local de estudos.
Estas dimensões foram formuladas a partir do que indicam e do que dizem os estudantes sobre sua experiência acadêmica no exterior, financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no escopo de uma política pública para internacionalização da ciência e tecnologia, visando fomentar a inovação e a competitividade brasileira.
No contexto de franca internacionalização da Educação Superior, expectativas e propostas que se difundem globalmente. Parece haver razoável consenso de que o desenvolvimento e a soberania das nações dependem, cada vez mais, da formação proporcionada nas universidades e do conhecimento que nelas se possa gerar e sistematizar.
As autoras da pesquisa destacam que é importante entender como funcionam os efeitos da globalização e da internacionalização do conhecimento nas políticas educativas, assim como salientaram Gomes, Robertson e Dale (2012), a partir da percepção dos sujeitos envolvidos: os estudantes.
As respostas dos estudantes permitiram acesso a um conjunto de elementos importantes também para a avaliação da gestão do CsF no plano institucional. Foi possível entender, em especial, que a adaptação ao local de estudo – espaço físico, horários e métodos – é fator associado à positiva avaliação da mobilidade. Ainda, são permanentes as manifestações de urgência para melhorar o planejamento de convênios e demais ações de gestão acadêmica da internacionalização. Os obstáculos internos e externos produzem prejuízos aos alunos, como o aumento do tempo demandado para a conclusão do curso de graduação, quando a universidade brasileira não reconhece e não valida os estudos realizados durante a mobilidade.
Referência
GOMES, A. M.; ROBERTSON, S. L. and DALE, R. The social condition of higher education: globalisation, and (beyond) regionalisation in Latin America. Globalisation, Education and Societies, 2012, vol. 10, no. 2, pp. 221-245, ISSN: 1476-7724 [viewed 6 November 2019]. DOI: 10.1080/14767724.2012.677708. Avaliable from: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/14767724.2012.677708
Para ler o artigo, acesse
FAGUNDES, C.; LUCE, M. B. and SILVEIRA, P. D. A qualidade da mobilidade de estudantes de graduação no “Ciências sem Fronteiras”. Ensaio: aval.pol.públ.Educ. [online]. 2019, vol. 27, no. 105, pp.904-927, ISSN 0104-4036 [viewed 04 February 2020]. DOI: 10.1590/s0104-40362019002701446. Available from: http://ref.scielo.org/nyw3r6.
Link externo
Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação – ENSAIO: www.scielo.br/ensaio
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