Daniervelin Renata Marques Pereira, professora adjunta e editora do periódico Texto Livre, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.
Bárbara Amaral da Silva, doutora e editora do periódico Texto Livre, Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.
O artigo Tecnologias digitais para aprender e ensinar inglês no Brasil, publicado na Revista Texto Livre: Linguagem e Tecnologia (v. 15, 2022), é um dos textos que marcam o início da publicação contínua no periódico. Abordando um dos temas mais discutidos nos últimos dois anos no Brasil, e talvez no mundo, os autores discutiram o uso de tecnologias digitais na educação, de forma mais específica em aulas de língua inglesa. Realizada com professores e estudantes de inglês, a partir de um survey on-line, o objetivo do artigo foi investigar quais ferramentas digitais eram mais usadas na sala de aula para o ensino e o estudo do idioma. A partir da pesquisa, comprovaram também que docentes e discentes foram capazes de perceber as inúmeras possibilidades suscitadas pelos recursos digitais. Os dados apresentados são um divisor de águas entre o Brasil pré-pandemia e um país pandêmico, uma vez que a pesquisa se deu nos anos de 2018 e 2019, deixando no ar a pergunta “o que mudou agora?”.
Ronaldo Corrêa Gomes Junior, Luciana de Oliveira Silva e Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva, professores da Faculdade de Letras da UFMG, são autores do artigo e responsáveis pela pesquisa, que contou com financiamento do CNPq. Motivados pela necessidade de obter mais informações sobre o uso de tecnologias no ensino e na aprendizagem de língua inglesa e por resultados de pesquisas anteriores que mostraram ser os recursos didáticos tecnológicos percebidos pelos professores como relevantes no ensino da língua (BRITISH COUNCIL, 2015), os pesquisadores divulgaram um questionário on-line e obtiveram um total de 431 respostas, das quais foram selecionadas 200 para análise comparativa e interpretativa em termos quantitativos e qualitativos. E o que esses sujeitos investigados usam em suas práticas para ensinar e aprender inglês?
O estudo obteve como resultado que o uso de dicionários, vídeos e tradutores foram os mais mencionados pelos participantes. Quanto à relação entre recurso e dispositivo, os dados da pesquisa indicaram uma predominância do uso de jogos nos dispositivos móveis e os exercícios em computadores, o que os pesquisadores analisam como podendo estar associado a questões de ergonomia e usabilidade dos usuários. Os pesquisadores ainda detalham dados sobre outros recursos usados por professores e alunos e apontamentos em suas falas sobre restrição de uso de tecnologias nas escolas. O aplicativo de celular Duolingo foi o mais citado pelos participantes para aprender ou ensinar inglês. Os pesquisadores apresentam ainda considerações sobre as ferramentas mais citadas na pesquisa, sejam as desenvolvidas para fins educacionais, como Duolingo, Kahoot e dicionários on-line, e outras mais gerais, mas que também podem ser utilizadas para ensinar e aprender, como ferramentas Google, WhatsApp e YouTube.
Além de apresentarem dados relevantes para a compreensão da presença dos recursos digitais na cultura de ensinar e aprender línguas no Brasil, o artigo serve ainda como referência para outras pesquisas e práticas de ensino, já que faz uma interessante revisão bibliográfica sobre trabalhos já feitos sobre os recursos apresentados. Destaca-se, ainda, que essa pesquisa se soma a outras que também trazem dados sobre o ensino de inglês no Brasil. Um exemplo foi divulgado na revista Texto Livre para mostrar o estado da arte de pesquisas em linguagem e tecnologias no ensino de inglês a partir do mapeamento da região Nordeste do Brasil de 2013 a 2017 (ARAGÃO, 2020). Como reflexão final, os pesquisadores projetam futuras pesquisas necessárias para investigar os contextos pandêmicos e pós-pandêmicos sobre os usos de recursos digitais para ensino de línguas. Vale a pena também recorrer a trabalhos que estão sendo publicados com relatos sobre o ensino remoto de línguas, como “Eu vejo que eles estão engajados’: mediação, interação e investimento no desenvolvimento da compreensão leitora em Língua Inglesa em contexto de ensino remoto emergencial”, de Manuela da Silva Alencar de Souza e Christine Siqueira Nicolaides.
Referências
ARAGÃO, R.C. A pesquisa em linguagem e tecnologia no ensino de inglês no nordeste do Brasil. Texto Livre [online]. 2020, vol. 13, no. 2, pp. 117–139 [viewed 21 June 2022]. https://doi.org/10.35699/1983-3652.2020.24379. Available from: https://periodicos.ufmg.br/index.php/textolivre/article/view/24379
BRITISH COUNCIL. O ensino de inglês na educação pública brasileira: elaborado com exclusividade para o British Council pelo Instituto de Pesquisas Plano CDE [online]. São Paulo: British Council Brasil, 2015 [viewed 21 June 2022]. Available from: https://www.britishcouncil.org.br/sites/default/files/estudo_oensinodoinglesnaeducacaopublicabrasileira.pdf
SOUZA, M.S.A. and NICOLAIDES, C.S. “Eu vejo que eles estão engajados”: mediação, interação e investimento no desenvolvimento da compreensão leitora em Língua Inglesa em contexto de ensino remoto emergencial. Texto Livre [online]. 2021, vol. 14, no. 3, e32572 [viewed 21 June 2022]. https://doi.org/10.35699/1983-3652.2021.32572. Available from: https://periodicos.ufmg.br/index.php/textolivre/article/view/32572
Para ler o artigo, acesse
GOMES JUNIOR, R.C., SILVA, L.O. and PAIVA, V.L.M.O. Tecnologias digitais para aprender e ensinar inglês no Brasil. Texto livre [online]. 2022, vol. 15, e38008 [viewed 21 June 2022]. https://doi.org/10.35699/1983-3652.2022.38008. Available from: https://www.scielo.br/j/tl/a/cJ4k7CLPk6yfvgNvSFyW4vF/
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