Bárbara Silva Gumiero, Doutoranda em Ensino e História das Ciências e da Matemática, Universidade Federal do ABC (UFABC), Santo André, SP, Brasil.
Vinícius Pazuch, Professor Adjunto, Universidade Federal do ABC (UFABC), Santo André, SP, Brasil.
No artigo Tecnologias digitais e o ensino de triângulos: uma revisão sistemática da literatura, publicado na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, vol. 105 (2024), é identificada e descrita de que maneira o ensino de triângulos, envolvendo as tecnologias digitais e os objetos de conhecimento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), apresentam-se em pesquisas científicas.
Ao utilizar as tecnologias digitais, o estudo retrata que a ênfase, em muitos momentos, recai sobre habilidades técnicas, como construções elementares, ao invés de explorar os conceitos geométricos aplicados em situações do cotidiano.
A inserção das tecnologias digitais no cenário educacional está presente nas pesquisas acadêmicas desde o século passado, ganhando destaque após a pandemia de Covid-19. Em geometria, os softwares de geometria dinâmica, como o GeoGebra, possibilitam transformações no ensino de conceitos matemáticos.
Devido à imagem mental consolidada ao longo da Educação Básica, é esperado que as pessoas desenhem um triângulo equilátero numa posição tradicional, caso seja solicitado que representem um triângulo. Entretanto, se essa construção for realizada com tecnologias digitais, o resultado, possivelmente, será outro, pois teremos a oportunidade de modificar e de arrastar os triângulos construídos.
Tomando a BNCC como um documento normativo vigente, é possível encontrar uma competência geral em que se prevê a compreensão e a utilização de tecnologia digitais de forma crítica, significativa, reflexiva e ética (Brasil. MEC 2018).
Além disso, há habilidades e objetos de conhecimento relacionados aos triângulos em todos os anos do Ensino Fundamental Anos Finais, iniciando com as características e a classificação dos triângulos no 6° ano e finalizando com o Teorema de Pitágoras no 9° ano, o que indica o aprofundamento desses conceitos ao longo da Educação Básica e sua aplicação em diferentes contextos.

Imagem: Unsplash
Foi realizada uma revisão sistemática da literatura composta por 10 artigos científicos selecionados nas bases de dados SciELO, Scopus, Latindex, Web os Science e ERIC com descritores e critérios de inclusão/exclusão definidos sistematicamente.
A análise dos dados está baseada no modelo de Depaepe, Verschaffel e Kelchtermans (2013) que conta com uma análise vertical, contemplando nove aspectos pré-determinados (ano de publicação; país de desenvolvimento da pesquisa; foco da investigação; referencial teórico; contexto e participantes; natureza da pesquisa e produção de dados; procedimentos de análise; objeto de conhecimento abordado; resultados; conclusões e implicações) e uma análise horizontal, ou seja, uma investigação simultânea de cada um dos nove aspectos.
O artigo identifica as abordagens teóricas e metodológicas utilizadas nas pesquisas sobre o ensino de triângulos com tecnologias digitais com base nas abordagens definidas por Barbosa (2018). Nota-se que há uma diversidade de abordagens teóricas e uma tendência às pesquisas naturalísticas (abordagens metodológicas), o que se justifica pela maioria dos artigos apresentar natureza qualitativa e análises descritivas.
Perante o exposto, pesquisas como essa contribuem para o desenvolvimento profissional docente ao indicar estudos e práticas já realizadas e ao apresentar novos recursos e métodos para os professores que buscam exemplos e relatos de experiências com tecnologias digitais.
Ademais, destacam-se as limitações e os desafios associados ao uso dos recursos tecnológicos, a constante modificação no papel do professor e a constituição de processos formativos que apresentam, exploram, discutam e integram as tecnologias digitais em diferentes momentos, possibilitando vivências e reflexões para os docentes.
Para ler o artigo, acesse
GUMIERO, B.S. and PAZUCH, V. Tecnologias digitais e o ensino de triângulos: uma revisão sistemática da literatura. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos [online]. 2024, vol. 105, e5980 [viewed 11 April 2025]. https://doi.org/10.24109/2176-6681.rbep.105.5980. Available from: https://www.scielo.br/j/rbeped/a/9HwMzH7xZBLqnRTS33df56K/
Referências
BARBOSA, J. C. Abordagens teóricas e metodológicas na educação matemática: aproximações e distanciamentos. In: OLIVEIRA, A. M. P. and ORTIGÃO, M. I. R. (ed.) Abordagens teóricas e metodológicas nas pesquisas em educação matemática. Distrito Federal: Sociedade Brasileira de Educação Matemática, 2018.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Distrito Federal: Ministério da Educação (MEC), 2018
DEPAEPE, F., VERSCHAFFEL, L. and KELCHTERMANS, G. Pedagogical content knowledge: a systematic review of the way in which the concept has pervaded mathematics educational research. Teaching and Teacher Education [online]. 2013, vol. 34, no. 1, pp. 12-25 [viewed 11 April 2025]. https://doi.org/10.1016/j.tate.2013.03.001. Available from: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0742051X1300053X
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