Inclusão e acessibilidade são compromissos do BGOELDI com a Ciência Aberta

Sílvia de Souza Leão, jornalista
Vinheta da semana especial do Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Humanas
Investir em práticas de inclusão e acessibilidade tem se consolidado como uma tendência dentre as práticas editoriais. O estudo Inclusão e acessibilidade no boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas: estratégias para o aperfeiçoamento na coleção SciELO Brasil de Menezes e Beltrão (Informação & Informação, vol. 30, no. 1, 2025) examinou as estratégias adotadas pelo Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas (BGOELDI) para atender aos critérios da Coleção SciELO Brasil, especialmente os princípios DEIA (Diversidade, Equidade, Inclusão e Acessibilidade) e FAIR (Findable, Accessible, Interoperable, and Reusable; localizável, acessível, interoperável e reutilizável). “Implementar boas práticas de acessibilidade é também fortalecer a comunicação científica como processo social”, defendem as autoras.

Entre as principais iniciativas destacam-se a adoção do sistema ScholarOne, o uso da norma APA (American Psychological Association), a integração do ORCID, a publicação contínua e a indexação em bases como SciELO e Redalyc. Em 2024, o periódico deu um passo além ao incorporar recursos acessíveis em suas estratégias de divulgação: áudios e vídeos com resumos dos artigos, legendas, descrição de imagens e presença ativa nas redes sociais como Instagram, Facebook e YouTube. Essas práticas não apenas ampliam o alcance das publicações, como também respeitam os direitos de pessoas com deficiência visual e auditiva.

O estudo também chama atenção para desafios enfrentados, como o conceito de access fatigue (fadiga de acesso), que descreve o esgotamento vivido por pessoas com deficiência ao precisarem justificar repetidamente sua necessidade por acessibilidade. A superação dessa realidade exige persistência e políticas editoriais mais robustas e sensíveis à diversidade de públicos. Apesar das limitações estruturais e orçamentárias, o BGOELDI tem assumido papel de destaque ao propor, por exemplo, o botão de resumo em vídeo no site da revista e a produção de conteúdo adaptado para diferentes plataformas.

Ao alinhar-se às diretrizes da Ciência Aberta, o periódico se fortalece como espaço ético e democrático de produção e difusão do conhecimento. Como concluem as autoras, “promover uma comunicação científica acessível é reforçar a importância de uma ciência universal e equitativa”. O BGOELDI atende e compõe o cenário de inovação editorial na Amazônia e no Brasil.

O que rola nas redes

Além das adaptações textuais e audiovisuais mencionadas, o BGOELDI, tem ampliado o alcance inclusivo de sua comunicação por meio de contribuição de vídeos dos autores, sendo está uma presença estratégica tanto para ampliação do BGOELDI quanto para as pesquisas. Dentre os conteúdos já publicados contam com a participação direta de pesquisadoras e pesquisadores, entre eles: Jean Baptista, Jérri Roberto Marin, Cristina Cancela Cereijo; Nicolás Gazzán, Gabriela Inés Sabatini; Adriana Valeria Olmos e María Soledad Gheggi, Ana Carolina Vitorio Arantes, Vitória dos Santos Campos, Luisa Hinostroza Garcia e Leonardo Páez.

Ao integrar os próprios autores no processo de divulgação científica, o periódico reforça a colaboração, valoriza a autoria e aproxima o público de diferentes perfis, inclusive pessoas com deficiência, dos debates acadêmicos sobre Linguística, Arqueologia e Antropologia voltados para a Amazônia.

 

Captura de tela da página do Instagram do BGOELDI

Imagem: bmpeghumanas (2025)

Figura 1. Contribuição dos autores para redes sociais

 

Mais do que publicar, é preciso saber comunicar

Por Fernanda Menezes, bibliotecária, pesquisadora, bolsista entre 2022 e 2023 junto ao Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas e gerente das redes sociais da revista.

 

Fernanda Menezes

Fernanda Menezes gerencia as redes sociais da revista desde 2023

 

Na era da informação rápida e da super conectividade, não basta criar o conhecimento científico e publicá-lo, é preciso saber comunicá-lo, compartilhá-lo e torná-lo compreensível. Com essa premissa, o Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas (BGOELDI) desde 2023 incrementou suas ações de divulgação científica.

Como forma de ampliar sua presença digital e divulgação, criou-se canais de comunicação para diferentes públicos. Foram criadas contas no Instagram, Youtube e continuidade com o Facebook, primeira rede social do BGOELDI, que passou a ter o mesmo ritmo, propósito e cuidado. Com a valiosa contribuição dos autores, que enviam áudios e vídeos e com o trabalho da equipe editorial, responsável pela legenda de todos os materiais criados, conseguimos transformar artigos científicos em conteúdos acessíveis, diversos e atrativos.

Todas as publicações das redes sociais são acompanhadas de legenda acessível, no formato “para todos verem”, reafirmando nosso compromisso com a inclusão, conforme previsto na Constituição Federal e na Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13. 146/2015). A acessibilidade, para o BGOELDI é parte essencial para a divulgação do conhecimento científico.

Os resultados dessa nova forma de divulgação são animadores. As interações nas redes sociais cresceram de forma significativa, conforme a presença nas redes sociais foi crescendo, vale ressaltar: tudo de forma orgânica. Curtidas, comentários, compartilhamento e visualizações são indicadores importantes para mensurar o alcance do conhecimento compartilhado. Esses dados estatísticos mostram que o BGOELDI está conseguindo dialogar com um público que vai além do meio acadêmico.

Com essa nova experiência, surgem novos espaços para desenvolver pesquisas, como analisar as publicações, seus formatos e os temas que mais engajam o público e para compreender como a divulgação amplia a visibilidade do periódico e o uso social da ciência. A compreensão desses aspectos pode melhorar ainda mais o alcance científico de um periódico como o BGOELDI.

Para ler o artigo, acesse

MENEZES, F.K.G. and BELTRÃO, J.F. Inclusão e acessibilidade no Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas: estratégias para o aperfeiçoamento na coleção SciELO Brasil. Informação & Informação [online]. 2025, vol. 30, no. 1, pp. 458–486 [viewed 11 September 2025]. https://doi.org/10.5433/1981-8920.2025v30n1p458. Available from: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/51088

Links externos

Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas – SciELO

Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas – Redes Sociais: Facebook | Instagram | YouTube

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

LEÃO, S.S. Inclusão e acessibilidade são compromissos do BGOELDI com a Ciência Aberta [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2025 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2025/09/11/inclusao-e-acessibilidade-compromissos-bgoeldi-ciencia-aberta/

 

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Post Navigation