Um dos mais importantes antropólogos norte-americanos, fundamental para o desenvolvimento da antropologia no Brasil, é homenageado em dossiê publicado no último número de 2014 do Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas. Organizado por Richard Pace, da Middle Tennessee State University, Estados Unidos, o dossiê reúne ex-alunos de Charles Wagley (1913-1991) e pesquisadores cuja obra ou carreira foi influenciada pelo seu legado. Entre eles, Roberto DaMatta, Conrad Kottak, Emilio Moran, Maxine Margolis, William Balée, Marianne Schmink, Fred Hay, Monte Talley, Cynthia Pace, Lucy Miller e Simon Hurst-Dodd, além do próprio R. Pace, fazem reflexões inspiradoras sobre o papel de Wagley na renovação dos estudos antropológicos norte-americanos e brasileiros, na formação de recursos humanos especializados em pesquisa, na implementação de políticas de saúde no Brasil, na institucionalização dos estudos interdisciplinares relacionados ao mundo tropical e no grande incentivo dado a pesquisadores de diversas nacionalidades e gerações interessados em estudos etnológicos e rurais nas Américas. O destaque é dado a uma seleção de 25 fotografias, feita por R. Pace, algumas inéditas, tiradas por Wagley ou nas quais ele está representado, conservadas em instituições de pesquisa ou em posse de sua família, e a partir das quais é analisado o uso feito desta tecnologia para o estudo e o registro de manifestações culturais no Brasil nas décadas de 1930 a 1960. Um imenso legado, sendo debatido e avaliado em diversas instituições acadêmicas desde 2013, quando foi celebrado o centenário de nascimento de Wagley.
Ainda no presente número, constam mais quatro artigos: Walter Neves (Universidade de São Paulo) e colaboradores apresentam o resultado de investigações morfológicas em séries de esqueletos sulamericanos, concluindo que as populações estudadas, no caso, as que ocupavam Lagoa Santa, em Minas Gerais, não mostram níveis elevados de variabilidade intragrupal, mas que os esqueletos mais antigos são afins aos de grupos australo-melanésios e da Ilha de Páscoa, o que sugere uma diversidade biológica humana no continente americano durante o Holoceno Médio; Renzo Duin (Universidade de Oxford) discute a gênese de uma manifestação cultural comum entre os Wayana no século XIX, a dança do chicote, interpretando-a como um processo de autoconsciência histórica que remetia ao primeiro contato desse povo indígena com os europeus; Neusiene Silva e colaboradores (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) descrevem e analisam o discurso dos ‘profetas da chuva’ do sertão potiguar, identificando sua função social prática e simbólica; por fim, Amauri Siviero (Embrapa Acre) e colaboradores registram as espécies vegetais ornamentais cultivadas em quintais da cidade de Rio Branco, chamando a atenção para sua diversidade e função social.
TALLEY, M., et al. Receiving the mantle: perspectives from third generation researchers in Gurupá. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum. [online]. 2014, vol. 9, nº 3, pp. 707-712 . [viewed April 07th 2015]. ISSN 1981-8122. DOI: 10.1590/1981-81222014000300011. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222014000300011&lng=en&nrm=iso.
Um dos fundadores da antropologia brasileira tem sua carreira e obra revisitadas em dossiê no Boletim do Museu Goeldi [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2015 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2015/04/08/um-dos-fundadores-da-antropologia-brasileira-tem-sua-carreira-e-obra-revisitadas-em-dossie-no-boletim-do-museu-goeldi/
Um dos mais importantes antropólogos norte-americanos, fundamental para o desenvolvimento da antropologia no Brasil, é homenageado em dossiê publicado no último número de 2014 do Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas. Organizado por Richard Pace, da Middle Tennessee State University, Estados Unidos, o dossiê reúne ex-alunos de Charles Wagley (1913-1991) e pesquisadores cuja obra ou carreira foi influenciada pelo seu legado. Entre eles, Roberto DaMatta, Conrad Kottak, Emilio Moran, Maxine Margolis, William Balée, Marianne Schmink, Fred Hay, Monte Talley, Cynthia Pace, Lucy Miller e Simon Hurst-Dodd, além do próprio R. Pace, fazem reflexões inspiradoras sobre o papel de Wagley na renovação dos estudos antropológicos norte-americanos e brasileiros, na formação de recursos humanos especializados em pesquisa, na implementação de políticas de saúde no Brasil, na institucionalização dos estudos interdisciplinares relacionados ao mundo tropical e no grande incentivo dado a pesquisadores de diversas nacionalidades e gerações interessados em estudos etnológicos e rurais nas Américas. O destaque é dado a uma seleção de 25 fotografias, feita por R. Pace, algumas inéditas, tiradas por Wagley ou nas quais ele está representado, conservadas em instituições de pesquisa ou em posse de sua família, e a partir das quais é analisado o uso feito desta tecnologia para o estudo e o registro de manifestações culturais no Brasil nas décadas de 1930 a 1960. Um imenso legado, sendo debatido e avaliado em diversas instituições acadêmicas desde 2013, quando foi celebrado o centenário de nascimento de Wagley.
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