Beth Brait, Editora-chefe da Bakhtiniana, USP/PUC-SP/CNPq, São Paulo, SP, Brasil
Maria Helena Cruz Pistori, Editora executiva da Bakhtiniana, PUC-SP, São Paulo, SP, Brasil
Bruna Lopes-Dugnani, Editora executiva da Bakhtiniana, PUC-SP, São Paulo, SP, Brasil; UFRPE – UAST, Serra Talhada, PE, Brasil
Professora e pesquisadora da Universidade Autônoma do México (UNAM), além de tradutora para o espanhol de grande parte da obra bakhtiniana, Tatiana Bubnova reflete, neste volume 10, número 2, acerca de uma importante concepção filosófica e cultural de Mikhail Bakhtin: a questão do “grande tempo”. Basicamente, essa concepção chave no arcabouço teórico do filósofo russo nos lembra de que os sentidos dos enunciados se acumulam e dialogam dinamicamente ao longo dos séculos, sem jamais se estabilizarem ou se concluírem definitivamente. Mas, em determinados momentos, são relembrados e têm “sua festa de renovação” no diálogo ininterrupto da humanidade, no “grande tempo”. Num texto instigante, Bubnova aprofunda a compreensão do conceito, mostrando, de maneira inovadora, sua relação com a “ideia central de Bakhtin a respeito da responsabilidade pessoal, radicada na situação concreta do ato (postupok). Desse ponto de vista”, diz ela, “o conceito implica a presença de um terceiro na comunicação ou no inconcluso diálogo da existência”. A autora complementa suas reflexões com exemplos retirados de sua experiência de vida como intelectual e professora de Literatura Hispânica e Pensamento Latinoamericano.
É a partir desse artigo que convidamos nossos leitores a também refletir sobre questões do grande tempo, particularmente em relação aos inúmeros estudos que a obra bakhtiniana tem provocado há quase um século: as primeiras publicações dos membros do Círculo são de 1919 (“Arte e responsabilidade”, de Mikhail Bakhtin)! Mais do que isso, 2015 é um ano bastante significativo para os estudiosos da perspectiva dialógica da linguagem, em termos de diferentes efemérides relativas a vida e publicações de membros do Círculo. Há exatos 40 anos (1975), morria em Moscou M. M. Bakhtin. Além disso, se vivos, Mikhaïl M. Bakhtin e Valentin N. Volochínov, dois dos mais conhecidos pensadores do Círculo, ambos nascidos em 1895, estariam comemorando 120 anos. Quanto às publicações, há exatamente meio século, 1965, vinha à luz A Cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de Rabelais; há 40 anos, 1975, a coletânea Questões de literatura e de estética: a teoria do romance oferecia os clássicos O problema do conteúdo, do material e da forma na arte verbal, O discurso no romance, Da pré-história do discurso romanesco, Epos e romance: sobre a metodologia do estudo do romance, Rabelais e Gogol: arte do discurso e cultura cômica popular; e há 20 anos, 1995, era publicado Sobre Maiakóvski, sem título no original, por V. V. Kójonov, na revista Dialog. Karnaval. Khronotop [Diálogo. Carnaval. Cronotopo], intitulado Esboços para um artigo sobre V. V. Maiakóviski.
“Não há limites para o contexto dialógico”, tanto no passado sem limites quanto no futuro também sem limites. Questões para o grande tempo, como nos ensina o Círculo e a leitura que Bubnova faz de sua obra neste artigo.
Para ler o artigo, acesse:
BUBNOVA, T. O que poderia significar o “Grande Tempo”?. Bakhtiniana, Rev. Estud. Discurso [online]. 2015, vol.10, n.2, pp. 5-16. [viewed 14th September 2015]. ISSN 2176-4573. DOI: 10.1590/2176-457323260. Available from: http://ref.scielo.org/4zxmp7
Link externo:
Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso – http://www.scielo.br/bak
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