Crescimento da economia brasileira entre 1995-2011: favorável aos pobres urbanos ou rurais?

Guilherme Ottoni Teixeira Costa, mestrando em Economia pelo Cedeplar/UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil

neco_logoOs autores Victor Rodrigues de Oliveira, doutorando em economia pelo PPGE/UFRGS, e Paulo de Andrade Jacinto, professor do PPGE/PUCRS e pesquisador CNPq, analisaram o crescimento da economia brasileira entre os anos 1995 e 2011, a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), com o auxílio de uma metodologia que permite incorporar as mudanças na distribuição de renda na análise. No artigo publicado recentemente na Revista Nova Economia, volume 25, número 1, eles afirmam que, de forma geral, o crescimento da economia brasileira no período pode ser classificado como crescimento pró-pobre, ou seja, um aumento da renda acompanhado pela redução da pobreza e pela redução da desigualdade, principalmente entre os anos 2003-2011.

Entretanto, esse comportamento não foi presente de forma igualitária no território nacional. O número de estados que apresentaram crescimento favorável aos pobres na área urbana aumentou de 5 no período 1995-2011 para 14 em 2003-2011. Já, em relação à área rural, o número reduziu de 9 no primeiro período para 7 no segundo. O melhor desempenho da região urbana pode ser atribuído ao crescimento econômico com redução da desigualdade de rendimentos via absorção da população pobre pelo mercado de trabalho, à ampliação dos programas de transferência de renda e à valorização real do salário mínimo.

Já em relação ao que foi observado na zona rural, o aumento da renda pode não ter sido suficiente para solucionar a maior privação de condições econômicas e sociais das pessoas em situação de pobreza mais intensa apresentam. Portanto, políticas públicas que foquem no desenvolvimento da malha social das localidades menos favorecidas também são necessárias.

Embora houvesse uma melhoria na qualidade do crescimento econômico no Brasil ao longo do período 1995-2011, as diferenças entre as áreas urbanas e rurais se intensificaram. Sendo assim, para que as políticas de combate à pobreza sejam mais eficazes, elas devem estar acompanhadas de políticas que visem a redução das desigualdades urbano-rurais.

Para ler o artigo, acesse:

OLIVEIRA, V. R., and JACINTO, P. A. Crescimento pró-pobre ou empobrecedor? Uma análise para os estados brasileiros, no período 1995-2011. Nova econ. [online]. 2015, vol.25, n.1, pp. 161-180. [viewed 23th October 2015]. ISSN 1980-5381. DOI: 10.1590/0103-6351/2028. Available from: http://ref.scielo.org/y2s7c6

Link externo:

Nova Economia: Revista do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG – http://www.scielo.br/neco

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

COSTA, G.O.T. Crescimento da economia brasileira entre 1995-2011: favorável aos pobres urbanos ou rurais? [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2015 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2015/11/05/crescimento-da-economia-brasileira-entre-1995-2011-favoravel-aos-pobres-urbanos-ou-rurais/

 

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