Os desafios de um periódico de artes no mundo anglófono

Rosemary Candelario, Professora, editora-associada, Texas Woman’s University, Estados Unidos da América

As universidades americanas e inglesas (e, em geral anglófonas) têm interesses e modos de trabalho bastante singulares. Além de um esforço agudo de reserva de mercado, característico de todas as regiões em maior ou menor grau, elas se caracterizam, na divulgação da produção científica, por uma publicação centrada nos veículos já consagrados.

Em certa dimensão, para um periódico latino-americano, torna-se mais custoso ultrapassar essa barreira (MUELLER, 1999). Assim, é, pois, com a ajuda de nossos editores associados estrangeiros que temos trabalhado na direção de garantir uma ampla divulgação do periódico, uma visibilidade e uma alcance mais expressivos também no mundo anglófono. A língua inglesa, evidentemente, é um quesito fundamental para isso – ainda que isso implique em custos elevados no intuito de garantir qualidade nas traduções e revisões – sobretudo considerando uma área que não tem ainda a língua inglesa como aquela de maior reconhecimento.

Assim, a posição que a Revista Brasileira de Estudos da Presença, chamada em inglês de “Brazilian Journal on Presence Studies”, pode ocupar tem menos relação com a ideia de que se possa fazer frente aos grandes journals norte-americanos e ingleses e, mais, com a consciência de que devemos investir nas nossas especificidades regionais e, com isso, produzir o interesse dos pesquisadores estrangeiros.

O número desta semana especial sobre “Poéticas e Pedagogias Decoloniais” é prova dessa postura que aposta nas especificidades, pois atrai pesquisas de ponta na área a partir de um tema ao mesno tempo emergente e importante.

Não se trata, contudo, de apostar apenas em temáticas de interesse, produzimos com isso – e essa é a necessidade e a aposta – não apenas a atração de autores e leitores, mas, também, e sobretudo, garantimos um espaço plural de discussão e avanço no conhecimento produzido até agora. É esse espaço que tem a possibilidade de nos fazer alcançar o futuro.

Sabemos que a inserção no mundo anglófono vem permitindo possibilidades de trocas com pesquisadores de variadas disciplinas e distintas abordagens. É sobre essas possibilidades internacionais que nossa editora associada, Rosemary Candelario, fala a seguir:

Referência

MUELLER, S P. M. O círculo vicioso que prende os periódicos nacionais. DataGramaZero – Revista de Ciência da Informação, n. zero, p. 1-8, 1999. Available from: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/985/2/ARTIGO_CirculoVicioso.pdf

Link externo

Revista Brasileira de Estudos da Presença – RBEP: www.scielo.br/rbep

Sobre Rosemary Candelario

Rosemary Candelario

Rosemary Candelario

Rosemary Candelario é doutora em Cultura e Performance pela University of California, EUA. É professora no departamento de dança da Texas Woman’s University. Escreve sobre dança e cultura popular através das lentes de gênero, raça e etnia, e publicou Flowers Cracking Concrete: Eiko & Koma’s Asian American Choreographies (Wesleyan University, 2016) e é coautora do Routledge Companion to Butoh Performance (Routledge 2018). E-mail: rcandelario@twu.edu

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

CANDELARIO, R. Os desafios de um periódico de artes no mundo anglófono [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2018 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2018/10/24/os-desafios-de-um-periodico-de-artes-no-mundo-anglofono/

 

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