Ana Paula Silveira, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação, São Carlos, SP, Brasil
O artigo de José Carlos Rothen, Andréia da Cunha Malheiros Santana e Regilson Maciel Borges, intitulado “As armadilhas do discurso sobre a avaliação da educação superior”, publicado no periódico Educação & Realidade (v. 43, n. 4), visa encontrar e explicar as armadilhas presentes nas propostas de avaliação das instituições de ensino superior.
Para os autores, a armadilha da avaliação é a ausência da efetiva articulação entre os princípios que fundamentam as propostas e as práticas de avaliação previstas no interior das instituições.
Nesse sentido, foram consideradas três armadilhas: a primeira enfoca os conceitos sobre a avaliação, que englobam o discurso, as avaliações em si, a autonomia, a reponsabilidade, a prestação de contas e a meritocracia; já a segunda armadilha aborda a estatística das avaliações, enfatizando o perigo que a criação de índices representa para a autonomia universitária e a terceira armadilha mostra-se na ideia de progresso contínuo, que faz com que as instituições estejam sempre perseguindo um índice melhor, sem refletir sobre as imperfeições de qualquer instrumento avaliativo
Sem as devidas articulações e reflexões críticas sobre as armadilhas mencionadas acima, as avaliações externas e internas das IES, representam um mecanismo de controle, que geram exclusões, produtivismos e competições entre as instituições de ensino superior (IES).
Nessa perspectiva, a avaliação é tomada apenas como instrumento de medição do conhecimento, do desempenho e da aprendizagem, tal como pontuado por Vianna (1989), cujo resultados se concentram basicamente na produção de rankings e escalas internacionais de qualidade em educação superior.
Para a compreensão do simulacro acerca do discurso emancipatório da avaliação se faz necessário compreender que o discurso em si é um jogo entre a escrita e a leitura das propostas e políticas públicas de avaliação, assim emergindo desse jogo as disputas e as armadilhas da avaliação da educação superior, as quais são agravadas pelo então modelo neoliberal e pelo gerencialismo.
Referência
VIANNA, H. M. A prática da avaliação educacional: algumas questões metodológicas. Cadernos de Pesquisa, n. 69, p. 40-47, maio 1989. ISSN: 0100-1574 [viewed 28 December 2018]. Available from: http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/1139/1143
Para ler o artigo, acesse
ROTHEN, J. C., SANTANA, A. C. M. and BORGES, R. M. As Armadilhas do Discurso sobre a Avaliação da Educação Superior. Educ. Real., v. 43, n. 4, p. 1429-1450, 2018. ISSN: 0100-3143 [viewed 28 December 2018]. DOI: 10.1590/2175-623684908. Available from: http://ref.scielo.org/q2j47c
Link externo
Educação & Realidade – EDREAL: www.scielo.br/edreal
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