Adoção de Mobile Health

Nayra Leandro Miguel Martins, é professora adjunta no ISLA – Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia, Vila Nova de Gaia, Portugal. 

Paulo Duarte, é professor e pertence à Universidade da Beira Interior, Research Centre in Business Sciences-NECE, Covilhã, Portugal. 

José Carlos M. R. Pinho, é professor e pertence à Universidade do Minho, Centre for Research in Economics and Management-NIPE, Braga, Portugal.

O artigo “Uma análise dos fatores que condicionam a adoção de Mobile Health (mHealth)” teve como objetivo promover uma análise dos fatores que condicionam ou potenciam a adoção de Mobile Health ou mHealth. E, em que consiste o mHealth?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), Mobile Health ou mHealth é definido como uma prática médica com suporte de dispositivos móveis, designadamente: smartphones, tablets e outros dispositivos sem fio. Mais especificamente é utilizar algum aplicativo ou dispositivo móvel para monitorar a saúde, como por exemplo: aplicativos para ajudar a perder peso, para controlar alguma doença como a diabetes, entre outros.

Este é um tema interessante, e muito atual, principalmente porque estarmos a viver num contexto de pandemia. Desta forma, é de esperar que haja uma crescente utilização da internet e das tecnologias móveis, e neste sentido é importante saber o que leva as pessoas a utilizarem esses aplicativos que podem ter uma mais valia para as suas vidas como também para as empresas, governos, instituições acadêmicas, incluindo a sociedade de um modo geral.

Existem diversas vantagens na utilização do mHealth, como por exemplo: (1) redução do uso de papel, uma vez que as informações ficam armazenadas em uma base de dados eletrônicas; (2) os pacientes podem evitar de ter que se deslocar ao centro de saúde para receber alguma informação, pois podem recebê-la através do seu dispositivo; (3) melhor tratamento dos dados, entre outros. Os resultados desta investigação auxiliam para criar uma percepção favorável e para melhorar a aceitação e utilização dos serviços mHealth.

Imagem: National Cancer Institute on Unsplash.

Para realizar esta pesquisa, recorremos às teorias baseadas na aceitação e utilização da tecnologia que levavam em consideração diversos fatores como: (1) a expectativa de desempenho (que é definida por Venkatesh et al., (2012), como os benefícios que a pessoa vai ter ao usar essa tecnologia); (2) a expectativa de esforço (que é definida por Venkatesh et al., (2003) como o grau de facilidade associada com a utilização de um sistema); (3) a condição de saúde percebida (que é caracterizada por Neter e Brainin (2012) “quando” uma pessoa faz uma auto análise da sua própria saúde); (4) a e-literacia em saúde (que é “a capacidade da pessoa procurar, encontrar e entender informações de saúde de fontes eletrônicas e aplicar esse conhecimento adquirido para tratar ou resolver um problema de saúde” (Norman & Skinner, 2006b, p. 2)., entre outras variáveis.

Nossa unidade de análise foi dividida em dois grupos, pessoas que já experimentaram mHealth e pessoas não experimentaram mHealth. Os dados foram coletados no Brasil e em Portugal. Os dados foram analisados com o recurso dos softwares SPSS e SmartPLS3. Os resultados indicam que a adoção ao mHealth é fortemente impactada apenas por algumas variáveis do nosso modelo conceitual. Entre os resultados, destaca-se o forte impacto da dimensão da “Expectativa de Desempenho” na adoção ao mHealth, tanto entre os utilizadores como entre os não utilizadores.

As considerações finais da presente investigação permitem inferir que as novas oportunidades oferecidas pelas novas tecnologias móveis não parecem ter sido totalmente exploradas até o momento. Mapear a evolução do campo permite uma melhor compreensão de seus pontos fortes e fracos, além de informar os passos para o desenvolvimento de pesquisas futuras. Tendo em vista os resultados obtidos, é possível afirmar que o mercado de mHealth ainda precisa percorrer um longo caminho para alcançar uma maior parcela da sociedade. No futuro, os desenvolvedores de TICs na área da saúde e os profissionais do setor devem focar-se mais atentamente nos seus públicos-alvo, garantindo que as tecnologias sejam projetadas para uso real destes.

Desta forma, convido-o a acessar ao site da RAE, ler e compartilhar este artigo com seus contatos para que possamos difundir este tema. Espero que gostem e tenham uma boa leitura!

No vídeo a seguir Nayra Leandro Miguel Martins apresenta um pouco mais sobre o assunto:

Referências

NETER, E. and BRAININ, E. eHealth literacy: Extending the digital divide to the realm of health information. Journal of Medical Internet Research [online]. 2021, vol.14, no.01 [viewed 14 September 2021]. https://doi.org/10.2196/jmir.1619. Available from: https://www.jmir.org/2012/1/e19/

NORMAN, C. D. and SKINNER, H. A. eHealth literacy: Essential skills for consumer health in a networked world. Journal of Medical Internet Research [online]. 2006, vol.08, no.02, pp.01-11 [viewed 14 September 2021]. https://doi.org/10.2196/jmir.8.2.e9. Available from: https://www.jmir.org/2006/2/e9/

Venkatesh, V., et al. User acceptance of information technology: Toward a unified view. MIS Quarterly [online]. 2003, vol.27, no.03, pp.425-478 [viewed 14 September 2021]. https://doi.org/10.2307/30036540. Available from: https://www.jstor.org/stable/30036540

VENKATESH, V., THONG, J. Y. L. and XU, X. Consumer acceptance and use of information technology: Extending the unified theory of acceptance and use of technology. MIS Quarterly [online]. 2012, vol.36, no.01, pp.157-178 [viewed 14 September 2021]. https://doi.org/10.2307/41410412. Available from: https://www.jstor.org/stable/41410412

Para ler o artigo, acesse

MARTINS, N. L. M., DUARTE, P. and PINHO, J. C. M. R. Análise dos fatores que condicionam a adoção de mobile health (mhealth). Revista de Administração de Empresas [online]. 2021, vol.61, no.04 [viewed 14 September 2021]. https://doi.org/10.1590/S0034-759020210403. Available from: http://ref.scielo.org/xrhs42

Links externos

Nayra Martins Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7177-3375

RAE-Revista De Administração De Empresas – RAE: www.scielo.br/rae

RAE-Revista De Administração De Empresas: https://rae.fgv.br/

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

MARTINS, N. L. M, DUARTE, P. and PINHO, J. C. M. R. Adoção de Mobile Health [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2021 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2021/09/15/adocao-de-mobile-health/

 

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Post Navigation