Julia Marina Quemel Matta, jornalista e colaboradora no Laboratório de Pesquisa e Experimentação em Multimídia, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil.
Weverton Raiol, doutorando pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e assistente editorial da Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, Belém, PA, Brasil.
Consultar e compreender as produções científicas para esclarecer a realidade social do país é um trabalho cada vez mais necessário para os veículos de imprensa brasileiros. Necessidade que se tornou ainda maior a partir da pandemia do coronavírus, na qual a ciência se fez ainda mais presente na vida de cada cidadão. Neste contexto, surge em 2020 a Agência Bori, um serviço de disseminação da ciência que tem como objetivo atuar como mediador entre a imprensa e a ciência brasileira.
Para isso, a agência desenvolveu um modelo textual inédito e híbrido de divulgação científica que se apropria de elementos de assessoria de imprensa/marketing e do jornalismo para explicar as pesquisas científicas brasileiras produzidas em diversas áreas como saúde, meio ambiente, política e economia.
No artigo Divulgação científica para a imprensa: o modelo híbrido dos textos da Agência Bori com base em cinco perguntas essenciais, publicado na Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação (INTERC, vol. 45), as pesquisadoras da Universidade Estadual de Campinas e membros da equipe da agência Sabine Righetti, Natália Flores, Fernanda de Andrade e Ana Paula Morales apresentam a jornada de construção do modelo textual adotado e debatem sobre impactos do formato proposto na divulgação da ciência brasileira. Como metodologia de coleta de dados, foram utilizadas informações testemunhais e documentais a partir da observação participante das pesquisadoras.
Imagem: Freepik.
A Agência Bori mapeia e seleciona pesquisas científicas brasileiras e, posteriormente, explica o conteúdo para a imprensa brasileira respondendo as seguintes perguntas: 1) qual principal achado da pesquisa?; 2) como a pesquisa foi feita?; 3) como os resultados mudam a vida das pessoas?; 4) como os resultados mudam o que já se sabia na área do conhecimento?; e 5) o que acontece agora diante dos resultados/conclusões?
Os textos são escritos de forma objetiva, atraente, com linguagem simplificada e com frases curtas, carregando também elementos de press release. A divulgação é feita para profissionais da imprensa que estão cadastrados na plataforma “Jornalistas da Comunidade da Bori”, que até início de 2021 contava com mais de 1.400 jornalistas cadastrados.
Em seu primeiro ano de atividades, a agência atuou na divulgação de 147 trabalhos científicos, distribuídos em três conjuntos de temas: Saúde, Ciências Sociais Aplicadas e nas demais áreas como Ambiente, Humanas e Exatas. De acordo com as pesquisadoras, experiências preliminares de monitoramento do impacto das produções demonstraram que o modelo de texto da agência tem tido boa aceitação pelos veículos de comunicação e todo material divulgado repercute na mídia. A expectativa é que o trabalho da Agência Bori sirva de inspiração para fortalecer iniciativas de divulgação da ciência que busquem aumentar o diálogo entre a ciência e a sociedade.
Para ler o artigo, acessse
RIGHETTI, S., et al. Divulgação científica para a imprensa: o modelo híbrido dos textos da Agência Bori com base em cinco perguntas essenciais. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun. [online]. 2022, vol. 45, e2022120 [viewed 12 June 2023]. https://doi.org/10.1590/1809-584420222120pt. Available from: https://www.scielo.br/j/interc/a/r4tMxFkMYThrrppDb4T3W7D/
Links externos
Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação – INTERC: https://www.scielo.br/interc
Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação – Facebook: https://www.facebook.com/revistaintercom
Agência Bori: https://abori.com.br/
Laboratório de Estudo Avançados em Jornalismo – Labjor: http://www.labjor.unicamp.br/
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