Katya Braghini, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil.
Camila Marchi da Silva, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil.
Raquel Quirino Piñas, Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
Pela sua oferta de experiências, teorias e materiais, museus brasileiros de destacam na educação com os seus públicos escolarizados. O artigo Três Museus Brasileiros e o Atendimento às Escolas (1890-1934), publicado no periódico Educação em Revista (vol. 40, 2024) tem como foco três importantes instituições – o Pedagogium, o Museu do Ipiranga, o Museu Nacional – e analisa como organizaram seu relacionamento com o público e de que maneira passaram a investir no contato com as escolas entre os anos de 1890 e 1934.
Este estudo revela como essas instituições modelaram o ensino, integrando coleções, formação de professores e atendimento escolar, indicando que a relação entre os museus e as escolas é longeva e estimulante.
Desde o final do século XIX, esses museus não apenas guardavam coleções, mas também se dedicavam ao público, destacando os tipos de atendimento ofertados à comunidade escolar. Com atividades educativas diversificadas, fosse por visitas guiadas, fornecimento de objetos para a montagem de museus escolares ou pela produção de material didático, eles se tornaram aliados essenciais na formação de professores e alunos.
O que aprendemos com essa história? Sabemos que sempre houve controvérsias na relação entre museus e escolas, mas que este relacionamento parece inevitável, se visto por uma perspectiva histórica. Os museus não são refratários quanto à existência do público escolar e inventam diferentes práticas de relacionamento.
A relação entre os museus e a escola é moldada por contextos políticos, sociais e educacionais ao longo do tempo e é possível dizer que os museus escolhem estreitar, ou não, esta associação a depender dos seus interesses que mantêm com as reformas educacionais. Museus e escolas têm funções diferentes, mas, mesmo que os objetivos dos museus não devam ser “pedagogizados”, esta interconexão cultural é longeva e crucial para o entendimento do caráter desta instituição educadora de públicos.
Imagem: Augustín Salinas y Teruel (1912). Óleo sob tela 99×150 cm. Imagem faz parte do acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo
O Museu do Ipiranga, por exemplo, tinha uma série de atividades voltadas ao público escolar tanto dentro como fora do seu palácio monumento. A ilustração nos mostra a representação de uma festa cívica que foi proporcionada nos jardins do museu, este que, além de receber o público escolar por visitações, enviava materiais às escolas sob demanda do estado.
Este artigo é um convite à reflexão sobre o papel dos museus não apenas por sua função de guarda e exposição de conhecimentos, mas como um ambiente que se integrou a processos mais amplos do sistema educacional, enfrentando seus dilemas enquanto educadores, mas sabendo desde logo que a comunidade escolar é um público cativo e perene.
BRAGHINI, K., SILVA, M.C. and PIÑAS, Q.R. O atendimento escolar em três museus brasileiros por uma análise histórica [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2025 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2025/03/11/o-atendimento-escolar-em-tres-museus-brasileiros-por-uma-analise-historica/
Pela sua oferta de experiências, teorias e materiais, museus brasileiros de destacam na educação com os seus públicos escolarizados. O artigo Três Museus Brasileiros e o Atendimento às Escolas (1890-1934), publicado no periódico Educação em Revista (vol. 40, 2024) tem como foco três importantes instituições – o Pedagogium, o Museu do Ipiranga, o Museu Nacional – e analisa como organizaram seu relacionamento com o público e de que maneira passaram a investir no contato com as escolas entre os anos de 1890 e 1934.
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