Caminhos para a renovação da História Antiga no Mediterrâneo

Ilda Renata Andreata Sesquim, Editora de Mídias e Comunicação do periódico História da Historiografia, Doutoranda e Mestre em História, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.

Logo do periódico História da HistoriografiaEm Da pólis ao Mediterrâneo: alguns caminhos intelectuais para a renovação da História Antiga, publicado no periódico História da Historiografia (vol. 17, 2024), Guilherme Moerbeck (UERJ) discute novas abordagens para o estudo da Antiguidade, propondo a História do Mediterrâneo Antigo (HMA) como um paradigma historiográfico emergente. O artigo questiona se a HMA constitui apenas uma ênfase regional ou se representa uma transformação mais ampla no modo de escrever a história antiga.

O estudo se aprofunda em mudanças metodológicas e teóricas que vêm redefinindo a historiografia da Antiguidade, incluindo o papel do espaço e do material no desenvolvimento histórico. Moerbeck analisa a evolução das pesquisas desde a centralidade das pólis gregas até a compreensão do Mediterrâneo como uma unidade de análise conectada por redes socioeconômicas e culturais, destacando debates sobre imperialismos, sistemas-mundo e globalizações antigas.

Para realizar a pesquisa, o autor recorre a uma abordagem de história intelectual, dialogando com correntes teóricas modernas e clássicas, da crítica ao primitivismo econômico às formulações neobraudelianas, passando por debates sobre pós-colonialidade e epistemologias do Sul. O artigo se organiza em diferentes eixos temáticos: viradas espaciais e materiais, novas formas de análise das pólis e redes mediterrânicas, e revisões críticas de paradigmas consolidados da historiografia antiga.

 

 

Entre os principais achados, destaca-se a importância de considerar a materialidade e o espaço como elementos centrais da análise histórica, aproximando a historiografia de perspectivas antropológicas e de estudo de redes. O autor mostra que a mudança de paradigma não invalida abordagens clássicas, mas amplia o escopo analítico, permitindo a coabitação de múltiplas metodologias e quadros teóricos.

A HMA, conforme o artigo, propõe olhar o Mediterrâneo não apenas como cenário histórico, mas como unidade de análise intelectual, em que interações culturais, climáticas e econômicas se articulam. Isso permite pensar processos de helenização, romanização e globalização antiga de maneira mais integrada e crítica, questionando tendências de essencialização e generalização a partir de dados restritos.

O artigo evidencia que a historiografia antiga está em constante construção, marcada por debates, críticas e respostas que redefinem o campo. Moerbeck conclui que a transição de uma história centrada nas pólis para uma história das pólis no Mediterrâneo simboliza a busca por novas perguntas e metodologias, sinalizando tendências que devem influenciar a pesquisa histórica nas próximas décadas.

Para ler o artigo, acesse

MOERBECK, G. Da pólis ao Mediterrâneo: alguns caminhos intelectuais para a renovação da História Antiga. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography [online], 2024, v. 17, pp. 1–24 [viewed 11 December 2025] https://doi.org/10.15848/hh.v17.2074. Available from: https://www.scielo.br/j/hh/a/CJxn3LjWpn9TwKRVPpJbS6n/

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Como citar este post [ISO 690/2010]:

SESQUIM, I.R.A. Caminhos para a renovação da História Antiga no Mediterrâneo [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2025 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2025/12/11/caminhos-para-a-renovacao-da-historia-antiga-no-mediterraneo/

 

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