Gilberto Perez, Editor-chefe da Revista de Administração Mackenzie – RAM, São Paulo, SP, Brasil.
Vitória Batista Santos Silva, Editora Assistente da Revista de Administração Mackenzie – RAM, São Paulo, SP, Brasil.
A área de ensino das escolas no Brasil é tradicionalmente ocupada por mulheres, uma vez que historicamente esta era uma profissão que permitia que muitas mulheres continuassem estudando. De acordo com o estudo de Vianna (2002), é consensualmente aceita a maior presença de mulheres nos cursos de magistério, que as preparavam para a profissão de docente na educação infantil e fundamental. Quando se fala do ensino superior, o percentual de docentes do sexo feminino é menor quando comparado ao dos homens, conforme mostram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2021), não tendo sofrido aumento percentual muito significativo nos últimos anos. Conforme é possível observar na imagem, de 2003 para 2019, a presença de mulheres como docentes do ensino superior passou de 43,2% para 46,8%.
Figura 1. Evolução da taxa de cargos docentes em IES ocupados por mulheres no Brasil, de 2003 a 2019. Elaborado com dados do IBGE (2021).
A RAM – Revista de Administração Mackenzie publicou em sua última edição um estudo que trata justamente da presença de mulheres como docentes do ensino superior, avaliada pela perspectiva do fenômeno queen bee (abelha-rainha), que em linhas gerais, analisa de que forma a presença de uma mulher em uma Instituição de Ensino Superior (IES) atrai outras mulheres para exercer a profissão naquela instituição, ainda que os autores observem a forte presença masculina em cargos de gestão mesmo dentro da universidade.
O artigo Mulheres na academia: um estudo sobre o fenômeno queen bee, de Gomes Neto, Grangeiro e Esnard (2022) investiga a presença do fenômeno queen bee nas IES, sendo esta uma aplicação original, mesmo considerando que os debates sobre desigualdade de gênero não sejam recentes na literatura científica. O método empregado na pesquisa é de caráter quantitativo, por meio da aplicação de um questionário a 495 mulheres e análise de dados por meio do teste MANOVAs.
Os resultados indicaram que o domínio do conhecimento é um dos fatores que contribuam para a ocorrência do fenômeno queen bee nas IES, relativamente mais do que aspectos organizacionais. Outro ponto identificado na pesquisa é que mulheres em cargo de liderança se mostraram mais engajadas, e acabam tendendo a atenuar de alguma forma a existência da desigualdade de gênero, aderindo mais ao discurso meritocrático.
Leia mais
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatísticas de Gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2021.
VIANNA, C.P. O sexo e o gênero da docência. Cadernos Pagu [online]. 2002, no. 17-18, pp. 81-103 [viewed 19 May 2022]. https://doi.org/10.1590/S0104-83332002000100003. Available from: https://www.scielo.br/j/cpa/a/hQFDykQmWnPvj4TYTWYmKZb/
Para ler o artigo, acesse
GOMES NETO, M. B., GRANGEIRO, R.R. and ESNARD, C. Mulheres na academia: Um estudo sobre o fenômeno queen bee. Revista de Administração Mackenzie [online]. 2022, vol. 23, no. 2, pp. 1-30. https://doi.org/10.1590/1678-6971/eRAMG220211.pt. from: https://www.scielo.br/j/ram/a/zjTNYscMRwDxczDqXFc4QSH/
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