Por Revista Scientiæ Studia, São Paulo, SP, Brasil
Scientiæ Studia tem por objetivo dar visibilidade à produção acadêmica nas áreas de filosofia e história da ciência sem descuidar das contribuições de áreas afins, contribuindo com o entendimento da ciência como manifestação da cultura e expressão do estágio atual do processo civilizatório, analisando os aspectos internos, que podem caracterizar racional e autonomamente a ciência, e detendo-se também no conjunto dos valores sociais que dão sustentação às práticas científicas e tecnológicas, nas quais se põe a questão da responsabilidade ética e social dos cientistas e tecnólogos. Dirigida à comunidade de línguas portuguesa e espanhola, o periódico visa não só a difusão dos estudos críticos (históricos, epistemológicos, éticos) sobre a ciência e a tecnologia, mas também uma maior integração linguística e cultural entre os países da América Latina.
Dedicado às ciências biológicas, o primeiro número de 2014 da Scientiæ Studia aborda assuntos que estão relacionados ao desenvolvimento da história natural nos séculos XVIII e XIX, e da biologia molecular no século XX, bem como aos interesses econômicos que podem estar condicionados ao desenvolvimento de algumas polêmicas científicas atuais.
De uma perspectiva epistemológica discutem-se temas ligados principalmente às ciências biológicas, tais como a tensão entre unificação teórica e proliferação de subdisciplinas e especialidades que é característica da biologia do século XXI; a explicação evolutiva da sociabilidade; a ubiquidade do discurso funcional nas ciências da vida; as possíveis conexões entre a psicanálise de Freud e a biologia evolucionária.
Além de discorrer essas temáticas, o volume 12, número 1 traz trabalhos que se movem nas fronteiras entre a epistemologia e a política, seja porque analisa aspectos de políticas científico-tecnológicas como o Programa de Biologia Experimental da Fundação Rockefeller, seja porque se debruça sobre o uso político do ceticismo, utilizado para gerar descrédito e ignorância, em contraposição ao uso científico do ceticismo, que é o de exigir provas rigorosas e detalhadas para o conhecimento.
O número 2 apresenta uma seleção das melhores contribuições ao projeto “Humanos e animais: os limites da humanidade”1.Esse projeto – que se origina de uma colaboração entre professores chilenos, italianos e brasileiros que tem por objetivo discutir a relevância do animal no entendimento das características constitutivas do ser humano, assim como a predominância de categorias conceituais humanas (as únicas, ao fim e ao cabo, às quais temos acesso) na compreensão do animal. Ao longo do ano de 2013, foi realizado um conjunto de conferências no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo e, finalmente, um encontro de dois dias na Faculdade de Filosofia da Universidade de Santiago do Chile.
Essas atividades reuniram um grupo internacional de pesquisadores provenientes de diferentes áreas do conhecimento, em particular, da filosofia, da antropologia, da biologia e da primatologia.
O resultado desse debate interdisciplinar, publicado neste número, é uma reflexão multifacetada sobre como o animal passa naturalmente a fazer parte da própria imagem do que é o humano para, assim, condicioná-la. Os artigos discutem e problematizam a ideia de que tal imagem resultante seja unitária e universal, em três direções. Alguns criticam e reformulam certas caracterizações antropocêntricas do animal – como no artigo de Stélio Marras que propõe um novo pacto com os animais; outros põem em discussão o direito dos animais no plano político e cultural. Cabe ressaltar a importância da perspectiva darwinista na caracterização das peculiaridades de cada ser vivo, tal como no tratamento do a priori segundo a visão de Konrad Lorenz. Finalmente, trazendo à luz a técnica eugênica e a dispersão ontológica, autores exploram a possibilidade de discutir a redefinição das coordenadas entre humano, animal e vida.
O número 3 de 2014 reúne artigos que percorrem um amplo arco temático que se estende da filosofia, biologia e psicologia aos estudos sociais da ciência. Inclui, por um lado, análises histórico-conceituais sobre autores tais como Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud e Burrhus Skinner e, por outro lado, artigos envolvendo instigantes questões pertinentes à filosofia da tecnologia. Completa o número a entrevista concedida por Alison Wylie a uma equipe de jovens doutorandas sobre a pesquisa de gênero na arqueologia e a crítica feminista da ciência e, em seguida, três resenhas sobre livros recentemente lançados nas áreas de epistemologia e filosofia da ciência e da tecnologia.
Na fronteira entre humanos e animais [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2014 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2014/12/10/na-fronteira-entre-humanos-e-animais/
De uma perspectiva epistemológica discutem-se temas ligados principalmente às ciências biológicas, tais como a tensão entre unificação teórica e proliferação de subdisciplinas e especialidades que é característica da biologia do século XXI; a explicação evolutiva da sociabilidade; a ubiquidade do discurso funcional nas ciências da vida; as possíveis conexões entre a psicanálise de Freud e a biologia evolucionária.
O número 2 apresenta uma seleção das melhores contribuições ao projeto “Humanos e animais: os limites da humanidade”1.Esse projeto – que se origina de uma colaboração entre professores chilenos, italianos e brasileiros que tem por objetivo discutir a relevância do animal no entendimento das características constitutivas do ser humano, assim como a predominância de categorias conceituais humanas (as únicas, ao fim e ao cabo, às quais temos acesso) na compreensão do animal. Ao longo do ano de 2013, foi realizado um conjunto de conferências no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo e, finalmente, um encontro de dois dias na Faculdade de Filosofia da Universidade de Santiago do Chile.
O número 3 de 2014 reúne artigos que percorrem um amplo arco temático que se estende da filosofia, biologia e psicologia aos estudos sociais da ciência. Inclui, por um lado, análises histórico-conceituais sobre autores tais como Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud e Burrhus Skinner e, por outro lado, artigos envolvendo instigantes questões pertinentes à filosofia da tecnologia. Completa o número a entrevista concedida por Alison Wylie a uma equipe de jovens doutorandas sobre a pesquisa de gênero na arqueologia e a crítica feminista da ciência e, em seguida, três resenhas sobre livros recentemente lançados nas áreas de epistemologia e filosofia da ciência e da tecnologia.
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