Leonor Santos, professora associada com Agregação do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
Não é consensual entre os educadores que estudam a avaliação das aprendizagens a possibilidade de existência de uma relação entre a avaliação somativa e formativa. Leonor Santos em “A articulação entre a avaliação somativa e a formativa, na prática pedagógica: uma impossibilidade ou um desafio?”, publicado no volume 24, número 92 de 2016 da Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, apresenta-nos uma abordagem pedagógica de práticas avaliativas que tornam possível o estabelecimento de uma relação frutuosa de complementaridade entre estas duas modalidades de avaliação a desenvolver no quotidiano do trabalho entre professor e alunos, em qualquer nível de escolaridade. Embora esta abordagem não seja isenta de dificuldades para o professor, a autora enuncia um conjunto de princípios que modelam a sua concretização.
Após uma revisão do que a teoria e estudos empíricos têm abordado sobre a temática da avaliação das aprendizagens, nomeadamente para clarificação conceptual de conceitos chave, a autora recorre a três estudos empíricos, que tomaram por objeto de estudo práticas avaliativas. Por meio de uma análise comparativa, são identificadas as suas semelhanças e diferenças, e problematizados os seus pontos fortes e constrangimentos. Esta análise permite à autora propor uma possível via para tornar viável tal relação. Muito embora os estudos analisados tenham sido desenvolvidos na área da matemática, eles permitem tirar conclusões aplicáveis a um campo mais vasto.
A investigação parece evidenciar de forma bastante consensual que uma prática continuada de avaliação formativa traz benefícios para os alunos. Ajuda-os a aprender mesmo quando o ensino privilegia objetivos de elevado nível, sendo compatível com o sucesso em situações em que este é medido através de instrumentos limitados, tal como as provas externas. Mas, embora reconheçam a importância desta modalidade de avaliação, os professores, em geral, não a praticam. Estamos assim perante um problema para o qual urge uma resposta. Por um lado, os professores não deixam (não podem deixar) de desenvolver a avaliação somativa, não só porque lhes é imposto superiormente, mas também porque a cultura de avaliação onde se integram atribui sentido ao desenvolvimento desta prática. Por outro lado, é desejável, pelos contributos que se obtêm para as aprendizagens dos alunos, que desenvolvam práticas de avaliação formativa. Assim, a clarificação da articulação entre estas duas práticas avaliativas poderá contribuir para a alteração da realidade atual, oferecendo novas pistas aos professores para encontrarem meios para ajudar os alunos a aprender.
Este tema apenas recentemente tem merecido a atenção de especialistas e investigadores. Assim, a autora reduziu a avaliação das aprendizagens à avaliação interna, isto é, à avaliação que é praticada pelo professor e da sua responsabilidade. Deste modo, este artigo é um ponto de partida e não de chegada!
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SANTOS, L. A articulação entre a avaliação somativa e a formativa, na prática pedagógica: uma impossibilidade ou um desafio?. Ensaio: aval.pol.públ.Educ. [online]. 2016, vol.24, n.92, pp.637-669. [viewed 22th August 2016]. ISSN 0104-4036. DOI: 10.1590/S0104-40362016000300006. Available from: http://ref.scielo.org/dk6chw
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