Bruno Cesar Barbosa, pós-doutorando do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu/Unicamp, Campinas, SP, Brasil
Carolina Branco de Castro Ferreira, pós-doutoranda do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu/Unicamp, Campinas, SP, Brasil
Criado na década de 1990, o Núcleo de Estudos de Gênero Pagu da Unicamp foi resultado do trabalho de pesquisadoras e pesquisadores inseridos em diversas áreas do conhecimento que buscavam dialogar com as teorias feministas e de gênero, em sua articulação com outras categorias de diferenciações que permeiam diversas áreas do social. O número 47 explora discussões advindas do Seminário Internacional “Repensando gênero e feminismos”, realizado por ocasião dos 20 anos do Pagu.
A primeira seção trata de “Feminismos” a partir de diferentes entradas. Os debates nos artigos buscam repensar as relações entre os feminismos brasileiros e o Estado, descortinar novas táticas e maneiras de atuação feministas em redes digitais no contexto brasileiro, e ainda compreender as discussões em torno do trabalho sexual nos feminismos, mostrando tensões e reposicionamentos frente à esta questão.
Em “Economias sexuais e tráfico de pessoas”, autoras/es em âmbito nacional e internacional se debruçam sobre questões referentes às economias sexuais e mercados do sexo, formas de governamentalidade articuladas aos regimes de combate ao tráfico de pessoas que afetam esses intercâmbios, particularmente o trabalho sexual, mas também chamam a atenção para outras “ idiossincrasias” da introdução da agenda antitráfico no Brasil.
A terceira seção, intitulada “Intersecção de diferenças nas mídias contemporâneas”, traz discussões acerca do papel das mídias na produção e reprodução de diferenças e desigualdades, nas dinâmicas eróticas e íntimas e na constituição de violências.
Trazendo o debate sobre sexualidade e erotismo em sua articulação com os estudos de gênero, encontram-se os artigos da quarta seção, intitulada “Prazer e perigo”. Os artigos focalizam as seguintes temáticas: contextualização dos estudos socioantropológicos brasileiros e os realizados no Pagu nessa vertente; o lugar da sexualidade na construção de convenções de brasilidade; recomposições e paradoxos das moralidades sexuais através de tensionamentos da oposição entre prazer e perigo; e os trânsitos pelas fluidas fronteiras entre o ativismo LGBT e a reflexão acadêmica, que tornaram-se atores importantes na gramática de direitos relativos as homossexualidades no Brasil.
Por último, a quinta seção de artigos propõe uma discussão de “Interseccionalidade em gênero, ciência e tecnologia”, por meio da qual são abordados questões como os avanços alcançados e os desafios ainda vigentes na discussão sobre essa temática no Brasil, mas também no exterior. Ainda, a secção traz os contenciosos entre trabalho produtivo e reprodutivo, considerando percepções de família, Estado e mercados no processo de desconstrução das identidades de gênero.
Para ler os artigos, acesse
Link externo
Cadernos Pagu – CPA: www.scielo.br/cpa
Como citar este post [ISO 690/2010]:
Últimos comentários