Podemos ajudar os bebês a não sentir dor durante a hospitalização na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal?

Maria Beatriz Martins Linhares, Professora Associada do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil

Cláudia Maria Gaspardo, Pós-Doutoranda do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil

Pesquisadoras da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo publicaram um artigo no periódico Estudos de Psicologia (Campinas, v. 34, n. 3) sob o título “Manejo não-farmacológico da dor neonatal: pesquisa e prática clínica na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal”, que discute sobre os principais achados na literatura científica sobre a definição da dor pediátrica, os impactos da dor no desenvolvimento das crianças e as implicações na prática clínica das intervenções não-farmacológicas no manejo da dor no período neonatal. O artigo enfoca nas melhores práticas clínicas da área da Neonatologia, especialidade da Medicina que se dedica ao cuidado e à proteção das crianças recém-nascidas, as quais devem incluir o cuidado ao desenvolvimento nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais e, especificamente, a implementação do manejo da dor para a proteção do desenvolvimento e saúde dos bebês hospitalizados.

As autoras esclarecem que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde e a Associação Internacional para o Estudo da Dor, a dor é um problema mundial relevante na área da Saúde. No período neonatal, o cuidado intensivo neonatal expõe os recém-nascidos à muitos procedimentos estressores e dolorosos que podem prejudicar o desenvolvimento futuro dessas crianças (VALERI; HOLSTI; LINHARES, 2015). Para o manejo da dor no período neonatal, os profissionais que atuam em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais podem utilizar estratégias não-farmacológicas durante a realização de procedimentos dolorosos (exemplo, sucção não-nutritiva, contenção palmar ou contato pele-a-pele) (CIGNACCO et al., 2007). As soluções adocicadas (leite humano, glicose ou sacarose) também têm efeito de alívio da dor no período neonatal (GASPARDO; LINHARES; MARTINEZ, 2005). Especificamente no que se refere à atuação dos psicólogos que atuam na área da saúde, as autoras salientam sobre a importância da participação ativa desse profissional na sensibilização e treinamento das equipes que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais e na orientação de familiares de recém-nascidos hospitalizados para a proteção contra a dor neonatal, além do oferecimento de suporte aos dirigentes de hospitais para a implementação de protocolos de avaliação e manejo da dor neonatal. A metal final consiste em facilitar o alívio e manejo de dor no curto prazo e proteção ao desenvolvimento pleno no curto, médio e longo prazo.

A pesquisa tem suporte financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

Referência

CIGNACCO, E. et al. (2007). The efficacy of non-pharmacological interventions in the management of procedural pain in preterm and term neonates. A systematic literature review. European Journal of Pain, v. 11, n. 2, p. 139-152. ISSN: 1532-2149 [reviewed 10 October 2017]. DOI: 10.1016/j.ejpain.2006.02.010. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16580851

VALERI, B. O.; HOLSTI, L.; LINHARES, M. B. M. Neonatal pain and development outcomes in children born preterm: A systematic review. The Clinical Journal of Pain, v. 31, n. 4, p. 355-362, 2015. ISSN: 1536-5409 [reviewed 10 October 2017]. DOI: 10.1097/AJP.0000000000000114. Avaliable from: http://journals.lww.com/clinicalpain/Citation/2015/04000/ Neonatal_Pain_and_Developmental_Outcomes_in.9.aspx

Para ler os artigos, acesse

GASPARDO, C. M., LINHARES, M. B. M. and MARTINEZ, F. E..A eficácia da sacarose no alívio de dor em neonatos: revisão sistemática da literatura. J. Pediatr. (Rio J.) [online]. 2005, vol.81, n.6, pp.435-442. [viewed 01 December 2017]. ISSN 0021-7557. DOI: 10.2223/JPED.1417. Available from: http://ref.scielo.org/cszyrt

LINHARES, M. B. M. and GASPARDO, C. M. Non-pharmacological management of neonatal pain: Research and clinical practice in the Neonatal Intensive Care Unit. Estud. psicol. (Campinas) [online]. 2017, vol.34, n.3, pp.345-354. [viewed 01 December 2017]. ISSN 0021-7557. DOI: 10.1590/1982-02752017000300003. Available from: http://ref.scielo.org/w6gmk3

Links externos

Ambiente & Sociedade – ASOC: www.scielo.br/asoc

Laboratório de Pesquisa em Prevenção de Poblemas de Desenvolvimento e Comportamento da Criança – LAPREDES: www.lapredes.fmrp.usp.br

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

LINHARES, M. B. M. and GASPARDO, C. M. Podemos ajudar os bebês a não sentir dor durante a hospitalização na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal? [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2017 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2017/12/04/podemos-ajudar-os-bebes-a-nao-sentir-dor-durante-a-hospitalizacao-na-unidade-de-terapia-intensiva-neonatal/

 

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