Demian Barcellos, doutorando no Programa de Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e membro do corpo auxiliar da urbe. Curitiba, PR, Brasil
Primeiramente, gostaríamos de informar que, a partir de 2019, o periódico urbe terá sua periodicidade alterada para fluxo contínuo, com apenas um único volume anual, e artigos publicados na medida em que forem aprovados e produzidos. Acreditamos que com essa mudança, tendência mundial no mundo editorial científico, reduziremos o tempo de publicação dos artigos submetidos.
A edição de volume 10, supl. 1/2018 de urbe apresenta 15 artigos regulares, sem seções temáticas. Os tópicos abordados nesta edição são: Sustentabilidade Ambiental Urbana, Planejamento Urbano e Regional, Mobilidade Urbana, Cidades Criativas e Habitação.
O primeiro grupo de artigos é da temática mais recorrente nesta edição, referente ao tema “Sustentabilidade Ambiental Urbana”, formado por 5 artigos. No artigo “Regulação urbana em Córdoba: para uma cidade sustentável e inclusiva?”, de Boccolini, “foi estabelecido causalmente o papel da regulação de uso da terra no mercado do solo local, concentrada territorialmente e em grandes construtoras/proprietários de terras, resultando em processos de produção de habitats exclusivos” (BOCCOLINI, 2018, p. 96). O estudo chegou a essa conclusão por meio da análise da legislação atual, dos planos de gestão e de obras públicas recentes analisadas na região de Córdoba na Argentina. O artigo “O programa de aceleração do crescimento no estado da Bahia e os desafios da universalização do saneamento básico”, de Cunha e Borja, avalia, com um plano de fundo na meta da universalização do saneamento no Brasil, o PAC do Saneamento no estado da Bahia. Apontando que houveram problemas na concepção deste programa, não considerando o perfil de déficits de serviços, e que os grandes investimentos feitos não levaram em conta os aspectos mais importantes para o êxito dos programas de saneamento. Em “O parque verde urbano: características do uso através de observação sistemática”, de Xavier e colaboradores, foi analisada através da observação sistemática de mais de 19 mil indivíduos a relação entre parques urbanos e atividades físicas discutindo seu potencial como estratégias ambientais de promoção de saúde.
Ainda na temática, “Sustentabilidade Ambiental Urbana”, em “O crescimento da área urbana da cidade de São Carlos/SP entre os anos de 2010 e 2015: o avanço da degradação ambiental”, de Stanganinia e Lollo, foi analisado o avanço da degradação ambiental que resultou do crescimento desordenado da área urbana. Enquanto o artigo de Marques e colaboradores, “Políticas públicas em prol da sustentabilidade na construção civil em municípios brasileiros” buscou “identificar e analisar, por meio de pesquisa on-line, as políticas públicas de incentivo às práticas projetuais pautadas na sustentabilidade nos municípios brasileiros, considerando que mudanças efetivas dependem, dentre outros aspectos, de programas de incentivo e de legislações específicas” (MARQUES; BISSOLI-DALVI; ALVAREZ, 2018, p. 186).
Dentro da temática da “Mobilidade Urbana” urbe apresenta 3 artigos, ambos com transversalidade com a temática da sustentabilidade ambiental. Em “Efeitos da gestão de mobilidade urbana para os Jogos Olímpicos sobre a qualidade do ar na região central da cidade do Rio de Janeiro”, de Gomes e colaboradores, foi analisado a poluição do ar gerada pelas obras de mobilidade urbana realizadas no Centro da cidade do Rio de Janeiro. O artigo “Vulnerabilidade da rede viária urbana: avaliação considerando risco e emissão de gases de efeito estufa”, de Goes e colaboradores, “apresenta um procedimento que busca verificar a efetividade do risco de acidente como um critério predefinido para localizar os arcos mais vulneráveis de uma rede viária, avaliando o aumento da distância e da emissão total de CO2-eq em relação ao cenário base” (GOES et al., 2018, p. 159). E de Costa e colaboradores, “Emissões de CO2 e políticas de mitigação para o transporte rodoviário urbano: São Paulo versus Xangai”, faz uma comparação do consumo de energia, emissões de CO2 e políticas públicas do transporte urbano nas megacidades de São Paulo e Xangai.
O próximo grupo de artigos são aqueles que discutem “Planejamento Urbano e Regional”, composto por 4 artigos. De Leonelli e Campos “Leis expansivas para a expansão urbana: Campinas sem limites” traz a discussão sobre qual é a forma e a direção que as cidades devem crescer. Avaliando o papel regulador das leis urbanísticas, no caso da expansão urbana do município de Campinas no interior de São Paulo e os alinhamentos e conflitos destas legislações. Enquanto no artigo de Eloy, “Estudo e desenho de forma urbana com gramáticas da forma” são apresentadas as gramaticas de forma como uma ferramenta para as análises urbanas e para a geração de soluções para intervenções em projetos urbanos. Trazendo diversos exemplos do uso das gramáticas da forma em estudos do espaço urbano e em propostas para novo planejamento urbano. No artigo conceitual “Atributos que caracterizam uma megalópole” de Meireles e Sanches, são apresentados os resultados de um estudo qualitativo em grupos de discussão com 19 especialistas utilizando uma perspectiva metodológica multidisciplinar. Os resultados deste estudo permitem reconhecer se a aglomeração urbana realmente é uma megalópole, mostrando que existem basicamente 20 atributos que devem ser considerados nessa avaliação, porém, 5 destes são os que se referem as características mais importantes que definem as megacidades. E finalizando está temática o artigo de Leão Júnior e Brito, “O mercado habitacional e o processo de gentrificação em cidades latino-americanas: um estudo exploratório no bairro de Boa Viagem, Recife-PE” discute a influência do mercado imobiliário na lógica da ocupação urbana.
Essa edição da urbe ainda apresenta artigos que estão inseridos em outras temáticas. Como “Imaginários patrimonialistas em processos de reconversão urbana. Puerto Norte, Rosário, Argentina”, de Vera, que considerando que o patrimônio desempenha um importante papel como estratégia para reduzir conflitos e disputas nos processos de reconversão urbana, investiga o papel dos imaginários patrimonialistas nos espaços urbanos em processo de requalificação. De Piekas e colaboradores “Aspectos legais e percepções sobre as estratégias para cidades inteligentes e criativas: estudo da cidade de Chapecó (SC)” analisa o processo de formação de uma cidade inteligente e criativa. E o artigo “Atividades criativas, especialização inteligente e oportunidades para os territórios urbanos de pequena dimensão: o caso do carnaval de Estarreja” de Fernandes e colaboradores, traz uma discussão da valorização do desenvolvimento integrado dos diferentes atores e do seu território por meio de dinâmicas culturais e criativas.
Para ler os artigos, acesse
BOCCOLINI, S. M. Regulação urbana em Córdoba: para uma cidade sustentável e inclusiva?. urbe, Rev. Bras. Gest. Urbana, v. 10, suppl. 1, p. 96-117, 2018. ISSN: 2175-3369 [viewed 2 December 2018]. DOI: 10.1590/2175-3369.010.supl1.ao06. Available from: http://ref.scielo.org/z496x6
GOES, G. V. et al. Vulnerabilidade da rede viária urbana: avaliação considerando risco e emissão de gases de efeito estufa. urbe, Rev. Bras. Gest. Urbana, v. 10, suppl. 1, p. 159-172, 2018. ISSN: 2175-3369 [viewed 2 December 2018]. DOI: 10.1590/2175-3369.010.supl1.ao08. Available from: http://ref.scielo.org/rmtyys
MARQUES, S. B., BISSOLI-DALVI, M. and ALVAREZ, C. E. Políticas públicas em prol da sustentabilidade na construção civil em municípios brasileiros. urbe, Rev. Bras. Gest. Urbana, v. 10, suppl. 1, p. 186-196, 2018. ISSN: 2175-3369 [viewed 2 December 2018]. DOI: 10.1590/2175-3369.010.supl1.ao10. Available from: http://ref.scielo.org/9dj3bs
urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana – URBE: www.scielo.br/revistas/urbe
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