Gilberto Perez, Editor-chefe da Revista de Administração Mackenzie – RAM, São Paulo, SP, Brasil.
Vitória Batista Santos Silva, Suporte técnico da Revista de Administração Mackenzie – RAM, São Paulo, SP, Brasil.
Os brasileiros presenciaram recentemente um debate controverso a respeito da chamada Reforma da Previdência, que tinha como objetivo alterar as regras para a aposentadoria no país, trazendo impactos significativos para variáveis como a idade mínima para se aposentar e o tempo de contribuição necessário para o início do processo, na busca concomitante de atenuar um déficit considerável nas contas públicas do país. No mesmo período a discussão a respeito das condições para a aposentadoria também ocorreu em Portugal, em razão de fatores como aumento da longevidade, que culminaram no envelhecimento da população, além do país ter apresentado a menor taxa de natalidade para o ano de 2017 dentre os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, de acordo com relatório divulgado recentemente (OCDE, 2019).
Entretanto, um aspecto pouco explorado no âmbito dessas reformas é a satisfação e o bem-estar desses aposentados considerando os benefícios oferecidos nessa fase da vida. A RAM – Revista de Administração Mackenzie (vol. 21, no. 5), publicou o artigo “Satisfação na aposentadoria: uma comparação entre Brasil e Portugal”, que teve como objetivo analisar comparativamente a satisfação na aposentadoria no Brasil e em Portugal. A originalidade do artigo consiste em explorar a variável satisfação na aposentadoria no caso dos países mencionados, algo que não foi identificado em estudos anteriores, embora Brasil e Portugal tenham laços culturais históricos.
Para isso, realizou-se um estudo transversal quantitativo com 1.441 respondentes, sendo 997 brasileiros e 444 portugueses, utilizando o Inventário de Satisfação na Aposentadoria (ISA) – instrumento adaptado ao caso brasileiro por Amorim e França (2019) – como base para o questionário, e incluindo questões sociodemográficas. O método, de caráter quantitativo, aplicou modelagens de equações estruturais para analisar os dados obtidos para os dois países.
Uma síntese dos resultados indicou que os dois países não apresentaram diferenças significativas na forma como expressam sua satisfação, em termos de recursos individuais, e no que tange relacionamentos sociais. Por outro lado, a média da satisfação dos respondentes portugueses na categoria de recursos coletivos foi significativamente superior à dos respondentes brasileiros. Os autores apresentam ainda, ao final da pesquisa, sugestões para o avanço da satisfação e do bem-estar na aposentadoria em ambos os países.
Referências
AMORIM, S. M. and FRANCA, L. H. Razões para aposentar e satisfação na aposentadoria. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 2019, vol. 35, e3558, ISSN: 1806-3446 [viewed 7 October 2020]. DOI: 10.1590/0102.3772e3558. Available from: http://ref.scielo.org/fvgc28
ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT. OECD Reviews of Pension Systems: Portugal. Paris: OECD, 2019.
Para ler o artigo, acesse
AMORIM, S. M., et al. Satisfação na aposentadoria: uma comparação entre Brasil e Portugal. RAM, Rev. Adm. Mackenzie [online]. 2020, vol. 21, no. 5, eRAMG200103, ISSN: 1678-6971 [viewed 7 October 2020]. DOI: 10.1590/1678-6971/eramg200103. Available from: http://ref.scielo.org/fyv8wm
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