Paula Botafogo Caricchio Ferreira, Divulgadora Científica da Revista Brasileira de História, Pós-Doutora em História na Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.
Na atual edição da Revista Brasileira de História, a seção Debates propõe mais um tema desafiador da contemporaneidade para historiadores e historiadoras com o intuito de divulgar seus posicionamentos e contribuições com propostas de intervenção e políticas públicas. Para o exercício da profissão de História dentro e fora dos muros da academia, três profissionais da História foram chamados a discutir a questão: O que a História tem a dizer sobre sustentabilidade e a crise energética atual?
É inegável que vivemos uma crise energética em que uma solução sustentável é urgente. O tema não é novo e é discutido por ambientalistas, economistas, políticos, sociólogos e profissionais de diversas áreas do saber. Nesse sentido, os textos de autoria de Leila Mourão Miranda (docente da Universidade Federal do Pará), de Dernival Venâncio Ramos Júnior (docente da Universidade Federal do Tocantins) em coautoria de Valéria Pereira Santos (Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal de Goiás) e de Leonardo Marques (docente da Universidade Federal Fluminense) trazem à luz perspectivas historiográficas para esse debate.
No artigo intitulado Sobre história, sustentabilidade e crise energética, Leila Mourão toma como ponto de partida a premissa do “descompasso” na interação entre humanidade e natureza. Isto está presente nas reflexões do debate econômico, político, social, filosófico e cultural dos últimos 50 anos sobre sustentabilidade e crise energética. Com base nas premissas e proposições sistematizadas sobre a questão, a autora analisa a abordagem da historiografia sobre o tema.
O artigo de Dernival Venâncio Ramos Júnior e Valéria Pereira Santos, Crise energética, cercamento das águas e resistência: o desafio da construção de comunidades político-epistêmicas, apresenta um balanço dos ganhos políticos e epistemológicos da parceria entre historiadores/as, movimentos sociais, organizações e comunidades no debate sobre as crises energética e ambiental contemporâneas. O trabalho se concentra na discussão sobre as formas como os recursos hídricos foram capturados pelas lógicas e exigências das economias de mercado e pelas soluções para a crise energética baseadas em agrocombustíveis.
Por fim, o artigo de Leonardo Marques, Sobrevivendo no inferno: a escrita da história na eco-crise global, enquadra o questionamento da Revista Brasileira de História no colapso ambiental mais amplo em que vivemos, a eco-crise mundial. Marques trata da importância dos profissionais de História neste debate, contestando modelos de análise simplistas do passado e o discurso capitalista predatório que tende a naturalizar formas de apropriação do mundo que são grandemente responsáveis pelo colapso ecológico que vivemos. A partir daí, Marques desenvolve outras possibilidades de análise histórica para o tema.
Com a publicação dos três textos, a RBH dá continuidade para a seção de Debates que tem por intenção trazer à público a reflexão dos profissionais de História sobre temas e questões da contemporaneidade que afetam seu campo e o mundo em que vivemos.
FERREIRA, P.B.C. Debates na Revista Brasileira de História: Profissionais da História debatem sobre sustentabilidade e crise energética [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2023 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2023/04/24/debates-na-revista-brasileira-de-historia-profissionais-da-historia-debatem-sobre-sustentabilidade-e-crise-energetica/
Na atual edição da Revista Brasileira de História, a seção Debates propõe mais um tema desafiador da contemporaneidade para historiadores e historiadoras com o intuito de divulgar seus posicionamentos e contribuições com propostas de intervenção e políticas públicas. Para o exercício da profissão de História dentro e fora dos muros da academia, três profissionais da História foram chamados a discutir a questão: O que a História tem a dizer sobre sustentabilidade e a crise energética atual?
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