Os impactos do racismo estrutural para mulheres negras no carnaval de Belo Horizonte

Ana Flávia Rezende, Docente da Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, Minas Gerais, Brasil.

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Um recente estudo realizado por pesquisadoras da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), intitulado Kandandu: Identidade da Mulher Negra, Racismo e o Carnaval de Rua, explorou o contexto cultural de Belo Horizonte, investigando como o racismo estrutural afeta a vida das mulheres negras nos blocos afro durante o carnaval. A pesquisa, conduzida por meio de entrevistas etnográficas com Zuri, presidente de um bloco afro, revelou nuances significativas sobre as limitações impostas às mulheres negras ao negociarem por espaços sociais por meio de expressões culturais na cidade.

O estudo, realizado ao longo de 4 anos, baseia-se nos conceitos de racismo estrutural e pacto narcísico, destacando como esses fenômenos influenciam a vida cotidiana das organizações e das mulheres negras que tentam enfrentar estruturas racistas e sexistas.

“A dimensão coletiva do racismo apresenta desafios às organizações e seus agentes. Tanto o racismo estrutural quanto o pacto narcísico se manifestam de maneira ainda mais perversa para as mulheres negras, especialmente quando elas tensionam uma estrutura racista e sexista”, observaram Ana Flávia Rezende e Jussara Jéssica Pereira, autoras do artigo. 

Os resultados evidenciam a necessidade urgente de repensar a neutralidade racial das organizações, especialmente dos blocos afro de carnaval, e de reconhecer o papel fundamental das mulheres negras na preservação e propagação da cultura. Além disso, apontam para a importância de líderes e instituições estarem comprometidos com a mudança estrutural, desviando-se do racismo institucionalizado.

Este estudo traz à tona discussões cruciais sobre a interseccionalidade, o papel das mulheres negras como agentes de mudança e os desafios enfrentados em um contexto no qual estruturas racistas persistem. As conclusões fornecem insights para futuras abordagens e políticas que visem a equidade e a eliminação do racismo estrutural em organizações culturais.

“Este estudo destaca a urgência de reconhecer e desmantelar as estruturas racistas presentes nas organizações culturais. É fundamental repensar práticas para garantir a inclusão e o respeito à diversidade cultural e étnica”, destacaram Ana Flávia Rezende e Jussara Jéssica Pereira. 

Para ler o artigo, acesse

REZENDE, A.F. and PEREIRA, J.J. Kandandu: Identidade da Mulher Negra, Racismo e o Carnaval de Rua. Revista de Administração Contemporânea [online]. 2023, vol. 27, no. 6, e220341 [viewed 15 February 2024]. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2023220341.en. Available from: https://www.scielo.br/j/rac/a/9mBmQDSFRMqYfTMxzJpbgVy/  

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REZENDE, A.F. Os impactos do racismo estrutural para mulheres negras no carnaval de Belo Horizonte [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2024 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2024/02/15/os-impactos-do-racismo-estrutural-para-mulheres-negras-no-carnaval-de-belo-horizonte/

 

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