Gabrielle Figueiredo, Psicóloga, Pesquisadora, Laboratório de Psicologia, Saúde e Sociedade na Amazônia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil.
Breno de Oliveira Ferreira, Psicólogo, Pedagogo, Doutor em Saúde Coletiva, Laboratório de Psicologia, Saúde e Sociedade na Amazônia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil.
A pesquisa Modos de vida e práticas em saúde de homens e mulheres após o diagnóstico de HIV/Aids: perspectivas de gênero, publicada no periódico Interface — Comunicação, Saúde, Educação (vol. 29, 2025), analisa as marcas que o gênero imprime nos modos de vida e práticas em saúde de homens e mulheres vivendo com HIV em Manaus (AM). A partir de vinte narrativas colhidas em um hospital público de referência, entrelaçam-se histórias de corpos e identidades atravessadas pelo HIV/Aids e pelos valores de gênero, em meio à busca por cuidado.
O estudo descortina como valores sociais — como a passividade e o sacrifício atribuídos às mulheres, a virilidade e a força exigidas aos homens — reconfiguram afetos, redes de apoio, autoestima e formas de lidar com a doença após o diagnóstico. Fruto do trabalho de Gabrielle Figueiredo e Breno de Oliveira Ferreira, o artigo revela como esses roteiros de gênero não apenas moldam experiências individuais, mas também tensionam os espaços de saúde, muitas vezes ainda permeados por pré-conceitos e silenciamentos.
As mulheres relatam o impacto devastador do diagnóstico em contextos de sigilo, traição e desigualdade conjugal, além da ruptura com ideais tradicionais de feminilidade e cuidado. Já para os homens, as redes de apoio geralmente vêm de mulheres, enquanto enfrentam a pressão de provar sua virilidade e produtividade mesmo diante da doença.
Imagem: via pixabay
Os resultados mostram que o HIV pode significar isolamento e perda de autoestima para as mulheres, e ameaça à identidade e capacidade provedora para os homens. Ambos convivem com estigmas que reforçam hierarquias de gênero e limitam o acesso a cuidados dignos.
Ao historicizar essas vivências, a pesquisa lança luz sobre a urgência de repensar o SUS como espaço de equidade e acolhimento, capaz de reconhecer as diferenças que atravessam corpos e trajetórias. Através de narrativas que ilustram tanto a dor do rompimento com ideais de gênero tradicionais quanto a luta por novos modos de subjetivação e cuidado, o estudo aponta para desafios e a necessidade de políticas públicas que incorporem a dimensão de gênero na saúde coletiva.
Para ler o artigo, acesse
BRUNO, G.F. and FERREIRA, B.O. Modos de vida e práticas em saúde de homens e mulheres após o diagnóstico de HIV/Aids: perspectivas de gênero. Interface – Comunicação, Saúde, Educação [online]. 2025, vol. 29, e240422 [viewed 24 October 2025]. https://doi.org/10.1590/interface.240422 Available from: https://www.scielo.br/j/icse/a/Nm7NJFNyQ6Tmhkv7w8SWGKP/
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