Agentes penitenciários homens e mulheres apresentam a mesma conduta em relação a detentos e detentas

Lívia Gonçalves Buzolin, assistente editorial da Revista Direito GV, doutoranda em Direito na Escola de Direito SP da Fundação Getulio Vargas, São Paulo, SP, Brasil.

Logo do periódico Revista Direito GVO estudo Gerenciando a coexistência: uma comparação entre mulheres e homens no trabalho de agentes prisionais, conduzido por pesquisadoras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) sobre a relação entre agentes penitenciárias(os) e detentas(os) no estado de Minas Gerais aplicou mais de 1500 questionários a profissionais da categoria e realizou 23 entrevistas, entre 2014 e 2018, para verificar se o sexo feminino ou masculino influenciaria essa percepção, chegando à conclusão de que não há tal influência nas relações das(os) agentes com as(os) detentas(os).

A necessidade de compreensão dos sistemas prisionais a partir da visão das(os) agentes de custódia fez com que Isabela Cristina Alves de Araújo (UFSCAR) e Ludmila Ribeiro (UFMG) investigassem o trabalho exercido nas prisões a partir da perspectiva de gênero, evitando olhar para as(os) agentes de maneira homogeneizada. Segundo a pesquisa, apesar de as mulheres serem mais escolarizadas e representarem cerca de 22% das agentes penitenciárias de Minas Gerais, elas ainda não têm acesso a todas as oportunidades que os agentes homens possuem e persistem os gargalos que fazem com que a profissão seja vista como tipicamente masculina.

Foto de um homem e uma mulher conversando em um escritório policial. No fundo, um quadro com fotos e outros papéis.

Imagem: Unsplash.

Ao analisarem a percepção das(os) próprias(os) agentes sobre a rotina organizacional, as pesquisadoras verificaram que existem pontos em comum para agentes homens e mulheres, tais como a qualificação das(os) detentas(os) como mentirosas(os) e indisciplinadas(os). Além disso, atributos tipicamente femininos como, por exemplo, escuta e negociação, podem contribuir para evitar problemas na unidade carcerária e são utilizadas tanto por agentes mulheres como por homens, havendo uma sobreposição dos valores institucionais aos papéis de gênero no momento de garantir a manutenção da ordem na prisão.

Esses resultados nos convidam a investigar o desenvolvimento dos papéis de gênero na prática em ambientes que podem ser considerados tanto como tipicamente masculinos como essencialmente femininos para que possamos desmistificar crenças e estereótipos relacionados a homens e mulheres.

Para ler o artigo, acesse

ARAÚJO, I.C.A. and RIBEIRO, L. Gerenciando a coexistência: uma comparação entre mulheres e homens no trabalho de agentes prisionais. Rev. direito GV [online]. 2023, vol. 19, e2308 [viewed 21 June 2023]. https://doi.org/10.1590/2317-6172202308. Available from: https://www.scielo.br/j/rdgv/a/TGqKMtMJJbDDDbQ9FXSrWqp/

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Como citar este post [ISO 690/2010]:

BUZOLIN, L.G. Agentes penitenciários homens e mulheres apresentam a mesma conduta em relação a detentos e detentas [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2023 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2023/06/21/agentes-penitenciarios-homens-e-mulheres-apresentam-a-mesma-conduta-em-relacao-a-detentos-e-detentas/

 

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