O conhecimento como experiência de linguagem em Walter Benjamin

Por Eloiza Gurgel Pires, Professora do Instituto de Artes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Identificação de Walter Benjamin no livro de óbitos do registro civil de Portbou, 1940

Foto: Identificação de Walter Benjamin no livro de óbitos do registro civil de Portbou, 1940. Fotógrafo desconhecido. Imagem de domínio público extraída do site: www.wbenjamin.org/walterbenjamin.html

Nas primeiras décadas do século XX, o filósofo e crítico literário alemão Walter Benjamin produziu um estudo decisivo no qual a linguagem não pode ser considerada como mero instrumento de elaboração dos dados da realidade nem como simples abstração, mas é pensada como campo no qual emerge uma intrincada rede de relações entre conhecimento e experiência.

Para o filósofo a linguagem é o médium espiritual e histórico da experiência. O conceito de Erfahrung (Experiência) atravessa toda a sua obra: desde um texto de juventude intitulado Erfahrung (1913), em que o autor contesta o desinteresse dos entusiasmos juvenis em nome da experiência dos adultos, às teses de 1940. Este conceito está intrinsecamente relacionado, em seus escritos, ao pensamento de que todas as manifestações e expressões humanas podem ser concebidas como linguagem e, esta, por sua vez, é então pensada na sua dimensão simbólica, ao contrário do que pretendiam os filósofos do Esclarecimento quando apontavam, como condição para o “verdadeiro conhecimento”, uma racionalidade que separava o imaginário do pensamento. Na contramão do pensamento iluminista científico o paradigma estético é fundamental nos escritos benjaminianos. A partir do acolhimento do conceito na imagem, evidenciam-se novas formas de conhecer.

Neste trabalho, a atualidade do pensamento de Benjamin e suas reflexões sobre a modernidade, a infância e a linguagem dão pistas para se pensar a educação enquanto processo formativo no qual o conhecimento realiza-se, como disse Agamben, enquanto um experimentum linguae. Destaca-se na crítica benjaminiana a institucionalização do saber. O filósofo alemão encontra nos artistas e nas crianças um outro entendimento do mundo, opondo-se aos padrões psicológicos, referindo-se à figura da criança como uma pessoa inserida na história e em uma cultura, da qual é também criadora.

Para ler o artigo, acesse:

PIRES, E.G. Experiência e linguagem em Walter Benjamin. Educ. Pesqui. [online]. 2014, vol.40, n° 3, pp. 813-828.  [viewed January 16th 2015].  Epub Apr 29, 2014. ISSN 1517-9702. DOI: 10.1590/s1517-97022014041524. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022014000300015&lng=pt&nrm=iso&tlng=en

Link externo:

Educação e Pesquisa – http://www.scielo.br/ep/

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

O conhecimento como experiência de linguagem em Walter Benjamin [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2015 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2015/01/19/o-conhecimento-como-experiencia-de-linguagem-em-walter-benjamin/

 

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