Desvelando cercas à educação do campo

Por Marlene Ribeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

A partir da questão “O que impede de chegar à educação às famílias que vivem e trabalham no campo”?, a autora Marlene Ribeiro no artigo “Reforma agrária, trabalho agrícola e educação rural: desvelando conexões históricas da educação do campo” investigou a luta dos camponeses para que a educação no campo se torne realidade nas áreas que vivem e trabalham, apesar de a terem conquistado a realidade têm sido muito divergente do que deveria acontecer. A autora sentiu-se desafiada a aprofundar esse tema e tomou o caminho da história considerando a relação indissociável entre terra de trabalho e educação do campo, desvelando o vínculo com a reforma agrária que, apesar de garantida na Constituição ao registrar a função social da terra, até o presente momento não foi realizada. O estudo focalizou o período de 1910 a 1970, incorporando informações, conhecimentos, registros e abordando, de um lado, políticas de cooperação norte-americanas estabelecidas com o governo brasileiro, incluindo assistência técnica e educação rural e, de outro, na contramão dessas políticas, ações e iniciativas dos movimentos camponeses, destacando o Movimento de Educação de Base (MEB). Consultou-se livros, artigos, documentos legais, alguns raros e ainda não digitalizados, obtidos na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Neste estado realizou-se entrevista com um pesquisador de importante atuação no MEB. Com isso, foi possível visualizar enormes cercas com bases sustentadas pelos empresários do agronegócio, presentes nas instituições públicas que formulam programas e definem políticas, incluindo as educacionais, contrapondo-se, desta forma, ao avanço dos movimentos camponeses na sua luta pela educação do campo articulada à reforma agrária.

Para ler o artigo, acesse:

RIBEIRO, M. Reforma agrária, trabalho agrícola e educação rural: desvelando conexões históricas da educação do campo. Educ. Pesqui. [online]. 2015, vol. 41, n° 1, pp. 79-100. [viewed March 13th 2015]. ISSN 1517-9702. DOI: 10.1590/s1517-97022014111587. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022015000100079&lng=pt&nrm=iso

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