Linhas que não se encontram? Diferentes perspectivas da Psicologia sobre organizações e trabalho

Fábio de Oliveira, Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil

Marcia Hespanhol Bernardo, Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), Campinas, SP, Brasil

estpsi_logoPesquisadoras da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e um pesquisador da Universidade de São Paulo escreveram o artigo “Linhas paralelas: as distintas aproximações da Psicologia em relação ao trabalho”. Ele faz parte da seção temática “Psicologia social do trabalho: uma perspectiva crítica de pesquisa e intervenção no campo do trabalho”, publicado no primeiro número de 2017 do periódico Estudos de Psicologia.

O texto, que se apoia em uma perspectiva histórica, trata da diversidade da Psicologia com relação ao trabalho. Se, de fora, ela parece ser uma ciência unitária (afinal, em geral, falamos “da psicologia” e não “das psicologias”), quem se aventura pelos meandros nos quais uma ciência se desenvolve percebe rapidamente que as descontinuidades que marcam muitos campos científicos, também estão presentes na Psicologia.

Partindo desse pressuposto, o artigo busca mostrar as diferenças históricas e atuais entre duas perspectivas que têm o trabalho humano como objeto de pesquisa e intervenção: a Psicologia Organizacional e a Psicologia Social do Trabalho.

Os autores discutem a pertinência ou não de se compreender duas abordagens tão diferentes do trabalho com sendo parte de uma única subárea do conhecimento que tem se tornado corrente, a chamada Psicologia Organizacional e do Trabalho. E por que alertam para essa questão? Porque consideram problemática essa fusão. O argumento é que, apesar de ambas focalizarem o trabalho, elas pertencem a tradições distintas e, para demonstrar isso, apresentam as características históricas de cada uma delas.

Na tradição da Psicologia Organizacional, os esforços se direcionam para que as organizações funcionem bem enquanto unidades produtivas que fornecem bens e serviços para a sociedade. Esse foco estava presente já nos seus primórdios, há aproximadamente um século, quando psicólogos começaram a se dedicar ao recrutamento e à seleção de pessoas adequadas para os cargos disponíveis. Já a outra tradição abordada no artigo, a da Psicologia Social do Trabalho, desenvolveu-se no Brasil mais recentemente e se dedica a temas que em nada têm a ver com a eficiência das organizações, mas que são importantes para os trabalhadores enquanto um grupo que tem interesses específicos em comum. A saúde do trabalhador, as vivências de desemprego, a organização coletiva — seja para reivindicações ou para encontrar alternativas aos modos de produção vigentes — são exemplos de questões que só interessariam a uma perspectiva que não é focada na produtividade.

Para ler os artigos, acesse

BERNARDO, M. H. et al. Linhas paralelas: as distintas aproximações da Psicologia em relação ao trabalho. Estud. psicol. (Campinas) [online]. 2017, vol.34, n.1, pp.15-24. [viewed 23 January 2017]. ISSN 1982-0275. DOI: 10.1590/1982-02752017000100003. Available from: http://ref.scielo.org/m3zkst

Link externo

Estudos de Psicologia (Campinas) – ESTPSI – www.scielo.br/estpsi

 

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

OLIVEIRA, F. and BERNARDO, M. H. Linhas que não se encontram? Diferentes perspectivas da Psicologia sobre organizações e trabalho [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2017 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2017/03/24/linhas-que-nao-se-encontram-diferentes-perspectivas-da-psicologia-sobre-organizacoes-e-trabalho/

 

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