Luciana Oliveira, Comunicação, Universidade de Taubaté (UNITAU), Taubaté, São Paulo, Brasil
O artigo cujo tema é: “Pesquisa sobre serviços ecossistêmicos no Brasil: uma revisão sistemática” publicado no periódico Revista Ambiente & Água (v. 14, n. 3), aborda um assunto que está à frente de grandes discussões no mundo: Os serviços ecossistêmicos no Brasil. O resultado da pesquisa é do grupo de profissionais das empresas Embrapa Solo, Embrapa Florestas, Embrapa Milho e Sorgo juntamente com a Universidade Federal do Paraná.
Foram analisados 282 artigos publicados entre 2006 e 2015. De acordo com a pesquisa, os serviços ecossistêmicos (SE) cresceram rapidamente e o Brasil, por sua vez, acompanhou essa evolução e aumentou o número de publicações (foram apenas seis em 2006 e 59 em 2015) e a ampliação de disciplinas nos cursos de graduação e pós-graduação. Porém, o que causa preocupação nos pesquisadores é que o tema ainda está concentrado nas instituições de ensino da Região Sudeste.
Os autores afirmam que a maioria das publicações (54%) são artigos científicos seguido de capítulos de livro (21%), sendo os principais focos das pesquisas as análises e opiniões (19%), avaliações (17%) e valoração econômica (16%), o que indica que o tema está em pleno debate pela comunidade científica. Os principais SE abordados são biodiversidade, sequestro de carbono e prevenção de erosão, seguidos de abastecimento de água, qualidade da água e produção de alimentos.
No mundo todo existem diversos grupos e trabalhos de pesquisas que fornecem informações sobre os serviços ecossistêmicos, entre eles está a Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES em inglês), que avalia o estado da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. Já no Brasil existe a Rede de Serviços Ambientais que é um grupo de pesquisa que foca sua atuação em pesquisa, desenvolvimento e políticas públicas de SE em todos os biomas.
É importante dizer que a integração produzida por diferentes grupos de pesquisa promove o avanço do conhecimento. A revisão sistemática por sua vez fornece uma visão ampla da literatura e a partir daí surgem novos debates e novos resultados.
Vários sistemas de classificação para serviços ecossistêmicos foram criados, como o Millennium Ecosystem Assessment (MEA, 2005).
De acordo com o site eCycle, o sistema de classificação mais comum divide os SE em quatro categorias:
- Serviços de provisão ou abastecimentos (materiais fornecidos pelos ecossistemas que consumimos tais como: alimentos, matérias primas e água potável).
- Serviços de regulação (englobam as funções dos ecossistemas como reguladores das condições ambientais naturais, tais como: prevenção de erosão e inundações).
- Serviços de apoio (são serviços necessários para que os outros serviços existam, tais como: formação do solo, ciclagem de nutrientes e produção de oxigênio).
- Serviços culturais (representam os benefícios não materiais que os ecossistemas oferecem, tais como: turismo ecológico; estudos sobre os processos naturais; enriquecimento espiritual).
A pesquisa de serviços ecossistêmicos (SE) no Brasil está mais associada à avaliação de recursos naturais e à análise de seus indicadores. Esse resultado mostra que a pesquisa em SE no Brasil ainda está muito vinculada à produção científica, com poucos avanços na direção da inovação e do processo tecnológico (PARRON et al., 2019).
Referências
eCycle. O que são serviços ecossistêmicos? Entenda. Available from: https://www.ecycle.com.br/4787-servicos-ecossistemicos
MILLENNIUM ECOSYSTEM ASSESSMENT. Ecosystems and human well-being: synthesis. Washington, DC: Island Press, 2005.
Para ler os artigos, acesse
PARRON, L. M. et al. Research on ecosystem services in Brazil: a systematic review. Rev. Ambient. Água, v. 14, n. 3, e2263, 2019. ISSN: 1980-993X [viewed 19 July 2019]. DOI: 10.4136/ambi-agua.2263. Available from: http://ref.scielo.org/zczndq
Link externo
Revista Ambiente & Água – AMBIAGUA: www.scielo.br/ambiagua
Como citar este post [ISO 690/2010]:
Últimos comentários