Jimena Felipe Beltrão, Jornalista, Editora-científica do Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, PA, Brasil.
Autores no dossiê “Arte, arqueologia e agência na Amazônia”, publicado no Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas (vol. 15, no. 3), se valem de elementos figurativos e imagens presentes em objetos arqueológicos como elementos de fundamento na interpretação de modus vivendi e visões de mundo das populações pretéritas. Esse é o exercício da arqueologia, mas nesse conjunto de artigos as interpretações se pautam nos elementos estéticos. Do Marajó ao rio Napo que nasce nos Andes equatorianos, com uma proposta de integração da arqueologia com a antropologia da arte e a etnologia, as contribuições exploram diversos suportes desde peças de vestuário como as tangas e outros adornos até urnas funerárias.
Para esses pesquisadores e pesquisadoras, lançar mão dos elementos físicos e dos recursos de imagem presentes nos objetos arqueológicos é revelador de “práticas cotidianas e rituais que envolvem a produção, a utilização e o descarte destes materiais dentro de uma perspectiva de análise tecnológica, que inclui também as tecnologias de encantamento e os universos estéticos” (OLIVEIRA; NOBRE; BARRETO, 2020, p. 3).
Em 11 artigos, autores discutem a produção material em várias proposições estéticas que em seu conjunto apontam identidade. De acordo com os organizadores, eles e outros autores com contribuições no volume se utilizaram de: “universos estéticos da Amazônia antiga em diferentes contextos e a partir de distintos materiais” (p. 3).
Nessa contribuição, os cientistas buscaram na cultura material inspiração para expor “a circulação dos artefatos arqueológicos no presente e suas formas de ressignificação” (p. 3). De acordo com o referencial por que se pautaram, os objetos são “veículos de comunicação, negociação e reprodução cultural” (p. 3) e, ao se constituírem em arte, são capazes de mobilizar socialmente (GELL, 1992; 1998). Contribuições indígenas e uma abordagem decolonial estão presentes em interpretações sobre os processos de manufatura e aspectos utilitários de objetos. Ao final, três artigos tratam das apropriações e ressignificações de objetos e imagens na atualidade.
Referências
GELL, A. The technology of enchantment and the enchantment of technology. In: COOTE, J. and SHELTON, A. (eds.), Anthropology, art and aesthetics. Oxford: Clarendon Press, 1992. pp. 41-63.
GELL, A. Art and agency, an anthropological theory. Oxford: Oxford University Press, 1998.
Para ler o dossiê, acesse
OLIVEIRA, E.; NOBRE, E. and BARRETO, C. Arte, Arqueologia e agência na Amazônia. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum. [online]. 2020, vol. 15, no. 3, e20200111. ISSN: 2178-2547 [viewed 12 January 2021]. https://doi.org/10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0111. Available from: http://ref.scielo.org/xvc4jt
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