Arthur Assunção Montezuma Pereira Rodrigues, estudante, UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
Bárbara Amaral da Silva, professora, UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
Olira Saraiva Rodrigues e Karoline Santos Rodrigues, pesquisadoras da Universidade Estadual de Goiás (UEG), publicaram o artigo A inteligência artificial na educação: os desafios do ChatGPT, no periódico Texto Livre: Linguagem e Tecnologia (vol.16, 2023), abordando um dos temas mais discutidos atualmente em âmbito global. As autoras trataram sobre a popularização de plataformas de modelos de linguagens, a exemplo daquelas desenvolvidas por Inteligência Artificial (IA), como o ChatGPT, e os desafios provocados no ensino superior de humanidades em decorrência dessa disseminação.
Assim, o objetivo do artigo foi refletir sobre as potencialidades da IA apesar das resistências, que são comuns frente a tudo o que requer transformações. Mais especificamente, a pesquisa buscou responder ao questionamento “a ferramenta ChatGPT, produto da IA, é uma ameaça ou um desafio para a educação?” (Rodrigues; Rodrigues, 2023).
As autoras realizaram uma pesquisa de caráter qualitativo-exploratório, a partir de uma revisão bibliográfica. Inicialmente, consultaram a plataforma Google Ngram, ferramenta que mostra a frequência de palavras ou frases ao longo do tempo em produções acadêmicas. Através dela, verificaram que os maiores registros da expressão “Inteligência Artificial” são das décadas de 1990 a 2010, quando houve a popularização das redes de computadores e o desenvolvimento da área de aprendizagem de máquinas, que capacita o computador a executar tarefas com base em dados coletados do mundo digital e instruções dos usuários.
Em seguida, as pesquisadoras compararam as inteligências artificial e humana em muitos aspectos, ressaltando, por exemplo, a capacidade humana de reutilizar conceitos e transferir o aprendizado para outras situações semelhantes. A inteligência artificial, por sua vez, ganhou destaque por sua capacidade de memória, de processar inúmeros dados e por não sentir sono ou fadiga durante o trabalho.
Por fim, as autoras discutiram as implicações éticas e sociais da Inteligência Artificial na educação, como a possibilidade de plágio e de inibição do pensamento crítico dos estudantes.
O estudo chegou a algumas considerações sobre o uso da Inteligência Artificial generativa na sala de aula, isto é, das tecnologias que têm a capacidade de criar imagens, textos, músicas etc., a partir de comandos dados pelos usuários. Para as autoras, a inteligência artificial não é neutra nem objetiva, pois é construída por humanos e para atender aos interesses deles. Além disso, não está livre de erros. Elas indicaram também a importância de se criar diretrizes éticas que garantam um uso seguro e eficaz da ferramenta, o que poderia ser feito pelas próprias instituições de Ensino Superior.
Em sua conclusão, a pesquisa defende a complementariedade da inteligência humana com a inteligência artificial. É preciso ter cautela no uso dessa tecnologia em instituições educacionais, contudo, ela pode ser uma aliada, especialmente quando implementada de forma coletiva, crítica e inclusiva.
A web 4.0, fase atual do desenvolvimento da web, é marcada pela coleta, análise e quantificação de dados (a datificação), permitindo rastrear e predizer o comportamento humano para o benefício de empresas e agências governamentais. O ChatGPT, um dos produtos da IA, trouxe grandes questionamentos para o ensino nas áreas das humanidades, sendo necessário refletir sobre as práticas de linguagens da cibercultura.
Para ler o artigo, acesse
RODRIGUES, K.S. and RODRIGUES, O.S. A inteligência artificial na educação: os desafios do ChatGPT. Texto Livre [online]. 2023, vol. 16, e45997 [viewed 22 December 2023]. https://doi.org/10.1590/1983-3652.2023.45997. Available from: https://www.scielo.br/j/tl/a/rxWn7YQbndZMYs9fpkxbVXv/
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