Renata Lourenço dos Santos, professora, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Caetité, Bahia, Brasil.
O artigo Literatura indígena: entre memórias, publicado no volume 39 da Educação em Revista, explora o papel dos escritores indígenas brasileiros na produção literária, conectando sua luta por direitos ao desenvolvimento dessa literatura. Através de uma revisão bibliográfica e audiovisual, destaca-se a importância dessa produção enquanto registro da memória oral e da busca desses povos por reconhecimento.
O manuscrito foi submetido a uma avaliação por pares aberta e o parecer de Maria Gorete Neto, intitulado Literatura produzida por povos indígenas, foi publicado no mesmo volume. Neste texto, a autora do estudo discorre e expande sobre a experiência da avaliação aberta e a parecerista compartilha sobre o processo em um vídeo.
Incentivando mais e mais as leituras indígenas, este artigo é uma contação de história. Contações que as autoras do estudo, Eliana Márcia dos Santos Carvalho e Renata Lourenço dos Santos, garantem terem sido fundamentais para evoluírem em seus trabalhos e pesquisas, com destaque para o formato de avaliação por pares aberta, um diferencial que, a princípio, pareceu custoso e demorado, mas que, ao final, com a evolução do artigo, tanto no estilo quanto no argumento, fez todo sentido.
Durante as revisões abertas foi incentivada a interação com os avaliadores, a escuta de sugestões para aprimoramento do artigo, inclusive novas propostas de avaliação, esclarecendo as etapas e o tema que conduziram esta investigação. Foi uma oportunidade de conhecer colegas de outras universidades e suas pesquisas, indicativos do crescimento das atividades na área das ciências humanas (ou literatura) no Brasil, levando as pesquisadoras a exporem o seu trabalho, materializando os sentidos e significados da investigação, refletindo e questionando novas possibilidades de aprofundamento do tema.
A proposta de banca aberta foi, na verdade, uma roda aberta de conhecimento, com pessoas trocando afinidades, bibliografias, lapidações de pesquisas. Rodas que contemplaram a diversidade que somos, incluindo e repensando identidades. Formato este que acabou por agregar ao processo vínculos e novas possibilidades de construção, produção e circulação de ciência.
Esse artigo também busca agregar conhecimento. Justamente o grande movimento que os povos indígenas têm feito secularmente, eles e a mãe natureza, agregar. As contribuições dos povos indígenas aos demais povos são inúmeras, manifestando-se na escrita, no canto, nos rituais, ou nas pinturas corporais. Nesse sentido, o estudo de sua literatura é uma excelente oportunidade de aproximação da história desses povos e, ao mesmo tempo, de nossa própria história enquanto brasileiros.
SANTOS, R.L. Construções coletivas: a avaliação por pares aberta de um artigo sobre literatura indígena [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2024 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2024/06/04/construcoes-coletivas-a-avaliacao-por-pares-aberta-de-um-artigo-sobre-literatura-indigena/
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