A abertura da caixa-preta do cotidiano revela astúcias de crianças e professores em reinventar o espaço do equipamento escolar

Samira Chahin, Professora Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, Alagoas, Brasil

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A grande maioria das escolas públicas brasileiras está instalada em edificações adaptadas ou em construções padronizadas. No entanto, essas escolas comuns têm sido alvo de pouca atenção nas narrativas produzidas pela história da arquitetura e do urbanismo escolar.

O artigo A caixa preta do cotidiano e a escrita da história da arquitetura e do urbanismo escolar: relatórios de APO como fontes de interpretação, publicado na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, vol. 106 (2025), investiga a produção espacial silenciosa, cotidiana e heterogênea, que caracteriza esse equipamento escolar ordinário. Ilumina o impacto das formas de uso e ocupação do equipamento escolar comum sobre a formação infantil, assim como sinaliza a importância da ampliação e fortalecimento das políticas públicas voltadas à sua manutenção e atualização em diálogo com as práticas espaciais da comunidade escolar.

A problematização posta pelo artigo aponta que sua desvalorização espacial vem acompanhada por uma desconsideração do valor presente na produção de ambiências efêmeras, na escala do edifício e na escala de sua implantação no bairro, decorrentes de inscrições das culturas escolares e infantis sobre o espaço. Observa que atentar para essa produção é valorizar as táticas de seus usuários e suas formas de reinventar o espaço, reconhecendo a ambiência escolar como produto das culturas locais.

 

As cenas escolares descritas no artigo — entendidas por muitos como resultado de precariedade, desordem ou bagunça de criança — contam sobre como as sucessivas apropriações decorrentes do dia a dia provocam um deslocamento estético nas ambiências escolares, transformando o equipamento escolar em espaço vivido.

Entendê-lo historicamente por esse viés permite reconhecer como vem acontecendo a aderência entre ele e a escolarização ao longo do tempo, afastando-nos de apenas reproduzir as estratégias e estéticas projetuais presentes nos discursos hegemônicos normalmente vinculados a valores eurocêntricos. Discursos predominantemente informados por ideários e movimentos culturais distantes das vivências locais, próprias da relação entre a escola, a comunidade e o território.

Para ler o artigo, acesse

CHAHIN, S.B. A caixa-preta do cotidiano e a escrita da história da arquitetura e do urbanismo escolar: relatórios de APO como fontes de interpretação. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos [online]. 2025, vol. 106, e6078 [viewed 12 August 2025]. https://doi.org/10.24109/2176-6681.rbep.106.6078. Available from: https://www.scielo.br/j/rbeped/a/Fgwj4FYhdfmgScBGbdY95ny

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A abertura da caixa-preta do cotidiano revela astúcias de crianças e professores em reinventar o espaço do equipamento escolar [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2025 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2025/08/12/a-abertura-da-caixa-preta-do-cotidiano-revela-astucias-de-criancas-e-professores/

 

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