Maria Angela Borges Salvadori, Docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
O que pensam diferentes grupos indígenas sobre sua educação? Como criar escolas e processos educativos relativos às populações indígenas que se distanciem de práticas de assimilação e aculturamento e que, simultaneamente, representem a possibilidade de fortalecimento de suas formas de viver e ver o mundo? Três artigos do último número de 2016 (volume 42, número 4) de Educação e Pesquisa abordam estas questões, a partir do estudo de diferentes práticas escolares indígenas.
Neles estão presentes tanto a denúncia da violência de ações educativas que buscaram a conversão e/ou a submissão a um ideário eurocêntrico de cultura quanto a luta dessas populações por seus direitos à educação e à identidade.
Aline Abbonisio e Elie Ghanem investigam uma escola Kotiria, localizada na cidade de São Gabriel da Cachoeira, na Amazônia Brasileira, e mostram o empenho do grupo em transformar antigas práticas educativas em algo que lhe faça mais sentido. “Educação escolar indígena e projetos comunitários de futuro” ajuda a pensar sobre experiências escolares comprometidas com um projeto social efetivamente coletivo.
Carolina Tamayo-Osorio aborda a docência da matemática numa comunidade indígena Gudalune, situada em Alto Caimán, Colômbia. Em “Currículo escolar, conocimiento [matemático] y prácticas sociales: possibilidades otras em una comunidad indígena Gunadule”, analisa o trabalho do grupo no sentido de (re)significar saberes matemáticos “oficiais” para relacioná-los à cosmologia e às práticas locais.
Em “Elementos espirituais, simbólicos e afetivos na construção da escola Mbya Guarani”, Beatriz Osorio Stumpf e Maria Aparecida Bergamaschi se debruçam sobre uma vontade de autogestão educativa e escolar dos Mbya Guarani em diferentes cidades do Rio Grande do Sul.
Saiba mais acessando a íntegra desses e outros artigos do volume, alinhavados pela ideia do reconhecimento da alteridade como princípio produtor de conhecimento.
Para ler os artigos, acesse
ABBONIZIO, A. and GHANEM, E. Indigenous school education and community projects for the future. Educ. Pesqui. [online]. 2016, vol.42, n.4, pp.887-901 [viewed 14 February 2017]. ISSN 1517-9702. DOI: 10.1590/s1517-9702201612144628. Available from: http://ref.scielo.org/6fcy6c
TAMAYO-OSORIO, C. Currículo escolar, conocimiento [matemático] y prácticas sociales: posibilidades otras en una comunidad indígena Gunadule. Educ. Pesqui. [online]. 2016, vol.42, n.4, pp.903-919 [viewed 14 February 2017]. ISSN 1517-9702. DOI: 10.1590/s1517-9702201612145827. Available from: http://ref.scielo.org/nckw24
STUMPF, B. O. and BERGAMASCHI, M. A. Spiritual, symbolic and affective elements in the construction of the mbyá-guarani school. Educ. Pesqui. [online]. 2016, vol.42, n.4, pp.921-935 [viewed 14 February 2017]. ISSN 1517-9702. DOI: 10.1590/s1517-9702201612158353. Available from: http://ref.scielo.org/n5hkyt
Link externo
Educação e Pesquisa – EP: www.scielo.br/ep
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