Controlar as próprias emoções: existem diferenças entre crianças/adolescentes e adultos?

Ana Paula Porto Noronha, Docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade São Francisco, Campinas, SP, Brasil.

Makilim N. Baptista, Docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade São Francisco, Campinas, SP, Brasil.

Helder H. V. Batista, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade São Francisco, Campinas, SP, Brasil.

Estudo inovador no cenário brasileiro foi publicado no periódico Estudos de Psicologia (v. 36) com o título “Estudos psicométricos iniciais da Escala de Autorregulação Emocional: versões adulto e infantojuvenil”. A contribuição inovadora desse estudo centra-se no fato de ser o relato da construção de dois novos instrumentos utilizados na prática profissional de psicólogos e, também, por se referir ao controle das emoções negativas ligadas à tristeza.

Um dos resultados encontrados pelos pesquisadores indica que crianças/adolescentes e adultos podem vivenciar as mesmas situações ou eventos tristes de formas distintas. Identificou-se que adultos buscam controlar os comportamentos impulsivos, enquanto crianças/adolescentes se esforçam por controlar os pensamentos no que se refere ao enfrentamento de emoções negativas.

De acordo com os resultados encontrados, os pesquisadores chegaram à conclusão de que é importante considerar as especificidades de cada faixa etária para avaliar os aspectos emocionais de cada pessoa. Há estudos científicos (GRATZ; ROEMER, 2004; WEISS et al., 2015) que indicaram que a capacidade de controlar as próprias emoções pode auxiliar na adaptação saudável dos indivíduos, minimizando o desenvolvimento de doenças e de comportamentos nocivos (atividades sexuais de risco, uso abusivo de álcool e drogas, impulsividade e agressividade). As emoções de tristeza estão diretamente relacionadas com o desenvolvimento de transtornos de humor, como a depressão e a ideação suicida, indicando a importância de novas pesquisas nessa área. Especialmente para a população brasileira, o estudo trouxe contribuições técnicas para avaliações psicológicas. Além disso, os pesquisadores trazem dados que poderão auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas de saúde e também daquelas relacionadas à educação em diversos níveis.

A pesquisa foi realizada com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Referências

GRATZ, K. L. and ROEMER, L. Multidimensional assessment of emotion regulation and dysregulation: Development factor structure, and initial validation of the Dificulties in Emotion Regulation Scale. Journal of Psychopatology and Behavioral Assessment, 2004, vol. 26, no. 1, pp. 41-54, e-ISSN: 1573-3505 [viewed 18 November 2019]. DOI: 10.1007/s10862-008-9102-4. Avaliable from: https://link.springer.com/article/10.1023/B:JOBA.0000007455.08539.94

WEISS, N. H.; GRATZ, K. L.; LAVENDER, J. M. Factor structure and initial validation of a multidimensional measure of difficulties in the regulation of positive emotions: The DERS-Positive. Behavior Modification, v. 39, n. 3, p. 431-453, 2015. e-ISSN: 1552-4167 [reviewed 18 November 2019]. DOI: 10.1177/0145445514566504. Avaliable from: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0145445514566504? journalCode=bmoa

Para ler os artigos, acesse

NORONHA, A. P. P.; BAPTISTA, M. N. and BATISTA, H. H. V. Initial psychometric studies of the Emotional Self-Regulation Scale: Adult and child-youth versions. Estud. psicol. (Campinas) [online]. 2019, vol. 36, e180109, ISSN 0103-166X [viewed 27 February 2020]. DOI: 10.1590/1982-0275201936e180109. Available from: http://ref.scielo.org/5z7gjv.

Link externo

Estudos de Psicologia (Campinas) – ESTPSI: www.scielo.br/estpsi

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

NORONHA, A. P. P.; BAPTISTA, M. N. and BATISTA, H. H. V. Controlar as próprias emoções: existem diferenças entre crianças/adolescentes e adultos? [online]. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2020 [viewed ]. Available from: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2020/02/27/controlar-as-proprias-emocoes-existem-diferencas-entre-criancas-adolescentes-e-adultos/

 

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