Políticas de democratização impulsionam intervenções em saúde mental voltadas para estudantes

Kyssia Marcelle Calheiros Santos, Psicóloga, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, Alagoas. 

Lucélia Maria Lima da Silva Gomes, Psicóloga, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, Alagoas.

O estudo Saúde mental na universidade: ações e intervenções voltadas para os estudantes  foi desenvolvido pela psicóloga Lucélia Maria Lima da Silva Gomes em conjunto com a psicóloga Kyssia Marcelle Calheiros Santos e as professoras de Psicologia Heliane de Almeida Lins Leitão e Susane Zanotti, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Fruto da pesquisa acadêmica “A vida universitária e suas vicissitudes: o que dizem os estudantes” e com publicação no período Educação em Revista (2023), sua elaboração teve início em 2020, quando buscou-se identificar e analisar as intervenções em saúde mental da UFAL, direcionadas para o corpo estudantil.

Pesquisas realizadas pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace) apontaram índices crescentes de adoecimento emocional da comunidade estudantil. Somado a isso, em 2020 o Brasil se deparou com a conjuntura imposta pela pandemia da covid-19, que trouxe repercussões significativas para a saúde mental. 

Face a esta conjuntura, algumas problematizações se apresentaram e direcionaram o estudo em questão: como tem se apresentado o suporte em saúde mental ao estudante universitário da UFAL, mormente por parte da assistência estudantil? Quais serviços e intervenções foram e são desenvolvidos a partir da inserção do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes)?

Intervenções em Saúde Mental – Campanhas promovidas pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Imagem: Gomes et. al.

A partir de uma pesquisa documental, realizou-se um mapeamento dos serviços e as ações em saúde mental realizados no período de 2010 a 2020. Teve como campo de estudo o site da UFAL e a rede social Instagram da Pró-reitoria Estudantil (Proest), e como corpus analítico, os Relatórios de Gestão Institucional e as informações/notícias disponíveis. 

Os resultados apontaram que as intervenções, ainda escassas e recentes, foram impulsionadas pelas políticas de democratização e, sugerem, em sua maioria, serem desenvolvidas pelo setor de assistência estudantil, numa perspectiva de prevenção. 

Dentre as atividades, prevalecem, em número e tempo, o acolhimento psicológico, os encaminhamentos para a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) e realização de campanhas nacionais ou internacionais, estas últimas realizadas por setores diversos. Desafios se apresentam quanto à interdisciplinaridade e à intersetorialidade, uma vez que, mesmo sendo a articulação buscada, as ações apresentaram-se fragmentadas. 

Realça-se a importância de pesquisas futuras que possam ampliar os resultados aqui apontados, bem como de possibilitar intervenções contextualizadas e preocupadas com as demandas institucionais, no tocante à saúde mental do estudante universitário.

Referências

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Links externos

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