Teste de Rorschach pode ampliar compreensão sobre crianças com TDAH

Anna Helena Malouf Cury Haddad, psicóloga, mestranda, UNIFESP, São Paulo, Brasil.

O Estudo Personality Impairment in Children and Adolescents with ADHD, publicado na Paidéia (Ribeirão Preto), vol. 31, teve início em 2014 e buscou abordar um dos mais recorrentes diagnósticos da infância: o Transtorno da Falta de Atenção com Hiperatividade (TDAH). 

O quadro abrange sintomas de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade, e cursa com a presença de muitas comorbidades, ou seja, quadros clínicos que costumam estar associados a ele, como: os transtornos externalizantes do comportamento e da conduta e os transtornos ansiosos.

O estudo foi realizado com crianças e adolescentes provenientes de Ambulatórios de especialidade do Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência (SEPIA) do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC-FMUSP) e com um grupo de escolares com desenvolvimento típico matriculados em escolas do ensino fundamental. Os instrumentos escolhidos foram: Entrevista diagnóstica Kiddie-Sads-PL (para diagnóstico psiquiátrico em crianças e adolescentes) e Teste de Rorschach na sua versão R-PAS, medida baseada em evidências e padrões normativos internacionais para avaliar traços de personalidade.

Imagem: PxHere.

Ao contrário do previsto na literatura, observou-se que crianças e adolescentes diagnosticadas com TDAH apresentaram boa compreensão de comportamentos adaptativos e boa apreensão da realidade. Foram abordadas nesse grupo as dificuldades em manter estáveis os processos de pensamento e raciocínio, a visão negativa de si próprios e dos demais e a dificuldade para estabelecerem relacionamentos cooperativos, caraterísticas que são citadas na literatura do Roschach e TDAH.

Desta forma, o estudo da personalidade de crianças e adolescentes aponta para comportamentos de risco e vulnerabilidade psicossocial que resultam na necessidade de atendimento diversificado (psicopedagógico, fonoaudiológico e neurológico), envolvimento da família no tratamento, desenvolvimento de habilidades sociais e do autocontrole, criação de grupos de amigos, estabelecimento de diretrizes pedagógicas que atendam às particularidades de cada criança/adolescente e incentivo e prática de atividades esportivas e artísticas.

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Referências

HADDAD, A.H.M.C., SEMER, N. L. and YAZIGI, L. The saga of youth with conduct disorder. Yansitma. 2014, vol. 21, pp. 33-53.

Links externos

Paidéia: https://www.scielo.br/j/Paidéia/  

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Departamento de Psiquiatria – Unifesp: https://sp.unifesp.br/epm/medicina/institucional/departamento-de-psiquiatria